Um Benfica de alta rotação vergou o Atlético Madrid com um 4-0 esta noite, na 2.ª ronda da Liga dos Campeões. Na Luz, com mais de 62 mil nas bancadas, os encarnados rubricaram a melhor exibição na era Bruno Lage, num encontro onde o Atlético Madrid nunca esteve em condições de discutir os três pontos.

Akturkoglu, Di Maria, Bah e Kokcu fizeram os tentos dos encarnados, que assim se juntam à Brest, Liverpool, Aston Villa, Bayer Leverkusen, Borussia Dortmund e Juventus, entre as equipas com seis pontos em duas rondas desta nova Champions.

Com Bruno Lage, o Benfica só sabe vencer: três triunfos na I Liga e dois na Champions.

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Na estreia da nova Champions no estádio da Luz, o Benfica procurava manter-se 100 por cento vitorioso sob o comando de Bruno Lage. Pela frente um Atlético de Madrid de altos e baixos na Liga Espanhola, onde é 4.º com quatro vitórias e quatro empates em oito rondas já disputadas.

O regresso de Bah promoveu o também regresso de Tomás Araújo ao centro da defesa, relegando assim António Silva para o banco, no 4-2-3-1 de Bruno Lage. Le Normand era um dos ausentes no lado colchonero, devido a lesão, no 3-4-3 de Diego Simeone, que dava muita mobilidade a Griezmann, Julian Alvarez e Correa, os homens da frente.

Destaque para o regresso de Axel Witsel e Jan Obak à Luz, eles que jogaram no Benfica, tal como Reinildo, que atuou na equipa B dos encarnados. O moçambicano fazia a ala esquerda dos espanhóis com Samuel Lino, antigo jogador do Gil Vicente.

Águia entra forte

O Benfica entrou forte no jogo, empurrado pelos mais de 62 mil nas bancadas e ameaçou o golo em dois lances no minuto seis. Primeiro numa diagonal curta de Pavlidis, a receber na área e a rematar contra as pernas de Witsel. Na sequência do canto, o grego rematou de cabeça para grande defesa de Oblak.

Com muita gente por dentro, o Atlético Madrid tentava sair desde detrás, para chamar a marcação do Benfica e depois tentar lançar Alvarez ou Samuel Lino, sempre muito bem controlados pela defesa do Benfica.

Numa dessas saídas, aos 13 minutos, a equipa perdeu a bola no seu lado esquerdo e pagou cara o erro. Aursnes ganhou e esférico e colocou de pronto em Akturkoglu na meia direita, que recebeu e rematou no meio das pernas de Oblak. Muito espaço entre Witsel e Marcus Llorente, aproveitado pelo turco, para fazer o seu quarto golo pelos encarnados. Kerem já tinha marcado ao Estrela Vermelha na 1.ª ronda da prova, em Belgrado.

No lado colchonero, era a ala esquerda do ataque quem dava sinais de vida, quase sempre por Samuel Lino. Teve o empate nos pés aos 19 minutos - recebeu, rodou e rematou muito torto - e atirou à barra aos 37, num centro/remate que apanhou Trubin desprevenido.

O Benfica controlava o jogo, dominava, diante de um Atlético Madrid sem argumentos. A fechar o primeiro tempo, chegou-se a gritar golo na Luz, numa grande jogada ofensiva dos encarnados, com Di Maria a isolar Pavlidis. O grego rematou cruzado, a bola beijou a base do poste de Oblak e saiu.

Simeone tenta resgatar equipa, Benfica sobrevive ao caos

Com as principais estrelas a não brilharem no palco maior da Europa do futebol, Diego Simeone sabia que tinha de fazer algo. Ao intervalo, tirou Rodrigo de Paul, Griezmann e Koke, e lançou Connor Gallagher, Sorloth e Javier Serrano, já depois de ter perdido Marcus Llorente durante o 1.º tempo, por lesão (Nahuel Molina entrou no seu lugar).

No segundo tempo o caos tomou conta do jogo, partido, com as equipas com muita pressa em chegar às áreas adversárias. Numa dessas chegadas, Pavlidis tentou furar no meio dos defensores contrários e acabou no chão, com queixas. O VAR chamou o árbitro principal, o neerlandês Serdar Gozubuyuk, que marcou grande penalidade após revisão da jogada. O grego do Benfica foi pisado.

Di Maria não tremeu e bateu Oblak pela segunda vez, levando a loucura os adeptos do Benfica na Luz, aos 52 minutos.

A pressa de chegar ao golo roubou discernimento ao Atlético Madrid, uma equipa partida entre os que atacavam e os poucos que defendiam. Muito espaço aproveitado pelo Benfica para contra-atacar. Valeu Oblak a travar o remate de Pavlidis aos 54 e o de Di Maria aos 56. O argentino tinha Pavlidis e Kokçu em melhores posições para marcar, optou pelo remate, defendido pelo esloveno com os punhos.

No relvado da Luz, nada do que acontecia era do agrado de Diego Simeone. Por isso, aos 60 minutos, já tinha esgotado as mexidas, com a entrada de Giuliano Simeone no posto de Julian Alvarez.

Bruno Lage, muito enérgico no banco, sentia que o jogo estava controlado, mas que era preciso algo mais na frente. Retirou Di Maria, Pavlidis e Akturkoglu para lançar Amdouni, Beste e Rollheiser, homens que vieram aproveitar e bem a desorganização defensiva colchonera.

Castigar a esquerda até a goleada

O Benfica castigava o lado esquerdo do Atlético Madrid, onde Reinildo estava sempre em inferioridade. Aos 75 minutos, na sequência de um canto ao segundo poste, Bah nem teve de saltar para desviar de cabeça para o 3-0. Nova explosão na Luz.

A formação madrilena estava perdida em campo, sem crença nem vontade. Empurrado pelos adeptos, a equipa encarnada continuou na procura de mais golos. O 4-0 surgiria aos 84 minutos, novamente de grande penalidade, agora convertido por Kokçu, sem hipóteses para Oblak. A falta é de Giménez sobre Amdouni, numa grande jogada do avançado suíço.

Até ao final, tempo para Oblak negar mais um golo a Beste e para um tiro na barra, de Rollheiser, na sequência do lance, já nos descontos.

Quinto triunfo em outros tantos jogos de Bruno Lage desde que pegou no Benfica. Encarnados juntam-se às equipas com seis pontos na Liga dos Campeões: Brest, Liverpool, Bayer Leverkusen, Borussia Dortmund, Aston Villa e Juventus.