O Benfica inicia quarta-feira a participação na Liga dos Campeões de futebol, procurando repetir os "quartos" da época passada, mas ainda com o desequilíbrio a meio-campo por resolver, face às saídas de Javi Garcia e Witsel.

Após terem alcançado os quartos de final em 2011/2012, caindo pouco convencidas aos pés de um Chelsea que viria a sagrar-se campeão europeu, as "águias" sonham em repetir o feito, então após um percurso que começou bem mais cedo.

A equipa da lusa teve de eliminar Trabzonspor e Twente, nas pré-eliminatórias, para chegar à fase de grupos, que ultrapassou, juntamente com o Basileia (1-1 em casa e 2-0 fora), deixando pelo caminho Manchester United (1-1 e 2-2) e Otelul Galati (1-0 e 1-0).

O Zenit foi a vítima” nos "oitavos" (2-3 fora e 2-0 em casa), na antecâmara do embate com os "blues": derrotas por 1-0, na Luz, e por 2-1, em Stamford Bridge, que ditaram a eliminação.

Este ano, os "encarnados" viram a sorte colocar-lhes no caminho outro conjunto "todo poderoso", desta vez o FC Barcelona, claramente o principal favorito ao primeiro lugar do grupo G, que conta ainda com Spartak de Moscovo e o Celtic.

A estreia acontece precisamente no reduto do campeão escocês, com quem o conjunto da Luz já havia medido forças recentemente, nas épocas 2006/2007 e 2007/2008, também na fase de grupos, com triunfos caseiros e derrotas na Escócia.

Para esta nova aventura, o técnico Jorge Jesus terá a árdua tarefa de devolver estabilidade ao meio-campo, que em poucos dias viu-se privado de duas unidades que se revelaram nucleares para o desempenho da temporada passada.

O espanhol Javi Garcia rumou ao Manchester City, enquanto o belga Witsel transferiu-se para o Zenit, sendo que, em ambos os casos, o Benfica ficou sem possibilidades de compensar as saídas, devido às contingências do mercado de transferências.

Se as opções para o meio-campo já escasseavam, a saída dos dois médios fez sobressair ainda mais a falta de elementos para um setor nevrálgico de qualquer equipa.

Carlos Martins e Matic surgem como principais candidatos aos lugares deixados vagos, à frente dos jovens da equipa B André Almeida e André Gomes, mas nem um nem outro possuem as características da referida dupla, que marcava taticamente a diferença.

Resta ao Benfica aguardar pelo mercado de janeiro, para recompor aquele setor da equipa, numa altura em que o futuro na Liga dos Campeões já estará decidido.

Os problemas não se esgotam, porém, no meio-campo, pois Jesus também só conta com um defesa direito, o uruguaio Maxi Pereira, que, por castigo, até vai falhar a estreia, obrigando a uma improvisação (o central Miguel Vítor é o principal candidato).

Do outro lado da defesa, o paraguaio Melgarejo, avançado a época passada no Paços de Ferreira (10 golos na I Liga), também não é ainda um valor definitivo, sendo que as alternativas escasseiam (Luisinho e Luís Martins).

O central e “capitão” Luisão também tem em risco os primeiros quatro jogos, o que obrigaria à entrada no “onze” de Jardel, para junto de Garay.

Quanto ao ataque, Jesus só tem problemas de “fartura”, com muitos extremos (Gaitan, Salvio, Nolito, Enzo Perez, Bruno César e Ola John) e avançados (Rodrigo, Cardozo e Lima), num plantel que, claramente, não prima pelo equilíbrio.