O presidente da UEFA, Aleksander Ceferin, pronunciou-se esta terça-feira sobre a organização de um Mundial de Clubes a partir de 2021, e deixou um recado aos emblemas europeus que já dão como certa a sua participação nesta prova projeto da FIFA.

O jornal Marca revelou na sua edição online as declarações de Aleksander Ceferin, após a reunião em Amesterdão da Associação Europeia de Clubes, em que o presidente da UEFA deixa alguns 'reparos' aos clubes que já dão como certa a sua participação na nova prova da FIFA.

"Se há clubes que se recusam neste momento a reconhecer as dificuldades que esse torneio [Mundial de Clubes] vai trazer a partir de 2021, não há qualquer problema, mas têm de compreender que só pelo facto de dizer que vão participar não significa que o vão fazer automaticamente. Se essa competição for mesmo para a frente, os clubes vão ter de ganhar o direito de participar nela através das competições da UEFA", começou por dizer Aleksander Ceferin.

"Dizer apenas 'quero participar' não é suficiente. Não importa os troféus que esses clubes já conquistaram, ou por muito famosos que sejam. Aqueles que façam ou que vão fazer esse tipo de declarações no futuro têm de ter cuidado. O futebol é uma escola da vida. Ensina-nos a ser humildes e modestos porque aquilo que se passa no terreno de jogo é o que realmente importa e conta", sentenciou Aleksander Ceferin.

Recorde-se que a Associação Europeia de Clubes aprovou hoje uma proposta de renovação da Liga dos Campeões de futebol, a partir de 2024, que inclui a promoção e despromoção de equipas, situação que já está a ser debatida com a UEFA.

Após reunião em Amesterdão, na Holanda, o organismo decidiu avançar para uma possível ‘revolução’ na mais importante competição de clubes na Europa, com a criação de duas divisões, com 16 equipa cada, com um quadro de descidas e subidas no final da temporada.

A decisão foi anunciada pelo italiano Andrea Agnelli, presidente da Juventus, que é também líder da Associação Europeia de Clubes, que representa mais de 200 emblemas.

“A despromoção e a promoção de equipas é algo totalmente natural no mundo do futebol”, disse o dirigente italiano.

Agnelli adiantou que o objetivo é também passar alguns jogos para o fim de semana, alternando com os campeonatos de cada país, e que essas ideias vão ser debatidas juntamente com a UEFA nos próximas “12 a 16 meses”.

Os clubes europeus voltaram a mostrar-se contra o Mundial de clubes da FIFA, referindo que a competição “está a mais” no calendário.

“Na mesma altura, acontecem jogos de qualificação para o Campeonato do Mundo e da Taça das Nações Africanas. É uma prova que deixa o calendário totalmente congestionado”, disse Agnelli.

A Associação Europeia de Clubes mostrou-se ainda a favor da existência de apenas duas ou três alturas para jogos de seleções por ano, embora com períodos mais longos.