Stamford Bridge será palco, esta terça-feira, de um dos duelos mais aguardados dos oitavos de final da Liga dos Campeões. Não há adepto do Chelsea que não tenha “encravado na garganta” – palavras de César Azpilicueta, defesa dos ‘blues’ – o golo de Iniesta que, ao cair do pano, selou a passagem do Barcelona à final da competição, a 6 de maio de 2009.
O duelo em Londres, a contar para a segunda mão das meias-finais (1-1), ficou ainda marcado pelos protestos dos homens do Chelsea, que reclamaram quatro penáltis por assinalar. Tom Henning Ovrebo, árbitro da partida, chegou a receber ameaças de morte e em maio de 2010 deixou de apitar jogos europeus. Numa entrevista recente à Marca, o norueguês admitiu que o desfecho até podia ter sido outro. Certo é que foi mesmo o Barcelona a conquistar o troféu nesse ano.
Os londrinos 'vingaram-se' em 2011/12, também numa meia-final, ao vencerem por 1-0 em casa, empatando depois (2-2) em Camp Nou, com Lionel Messi a falhar uma grande penalidade. Disse Alexis Sánchez, recentemente, que o argentino chorou no balneário. Porque se o Barcelona é um adversário de má memória para o Chelsea, também a equipa inglesa é uma ‘pedra no sapato’ do camisola 10.
Apesar dos 100 golos nas competições da UEFA – 97 na Liga dos Campeões, três na Supertaça Europeia -, Messi não conseguiu festejar um golo seu a sete dos 30 clubes que já defrontou. Desse lote restrito fazem parte equipas como o Benfica e, claro está, o Chelsea.
São já oito partidas ‘em branco’ contra a equipa de Antonio Conte. E apesar de ser algo falacioso dizer que quando Messi não marca dificilmente o Barcelona ganha, a verdade é que, com o argentino na equipa, os ‘blaugrana’ só venceram uma vez, a 22 de fevereiro de 2006. Nos sete jogos seguintes, houve dois triunfos dos londrinos e cinco empates.
O atual líder do campeonato espanhol tem, portanto, motivos mais do que suficientes para estar apreensivo com o encontro desta noite. Mesmo sabendo do momento mais frágil do adversário. Os 'blues' sofreram três derrotas nas últimas seis partidas e têm a Premier League praticamente perdida para o Manchester City, mas Ernesto Valverde prefere ser cauteloso.
“Qualquer momento é mau para defrontar o Chelsea. Não podemos esquecer que é o campeão inflês e tem jogadores decisivos no ataque, como Hazard, Morata, Giroud ou Pedro”, alertou o técnico dos catalães, em conferência de imprensa.
Antonio Conte, por sua vez, ‘sacode’ a pressão para o outro lado da barricada. “Começamos o jogo sem pressão alguma, pois não somos favoritos. Conhecemos as características do Barcelona. Gostam de ter a bola e dominar o jogo. Temos de estar preparados para sofrer quando não tivermos a bola, ser compactos, não perder a cabeça durante o jogo”, defendeu o italiano.
Sem o castigado Nélson Semedo e com André Gomes nos eleitos, os catalães tentam chegar aos quartos de final da prova pela 11.ª época consecutiva. Mesmo com a estatística contra si: em 12 confrontos na Europa (todos desde 2000), o Barcelona perdeu quatro e venceu três, registando-se ainda cinco igualdades. Um ‘mano a mano’, que conhece esta noite novo capítulo, a partir das 19h45.
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