O Manchester City entrou a ganhar, mas falhou a remontada contra o Liverpool e está fora da Liga dos Campeões. Os 'reds' voltaram a vencer, agora por 2-1, depois de já terem ganho por 3-0 na primeira-mão em Anfield, e passam às meias-finais com 5-1 nas duas mãos. Arbitragem do espanhol Mateu Lahos muito contestada pelos 'citizens'.

A 'almofada' de três golos com que o Liverpool entrou no Etihad não permitia grandes 'sonos' aos 'reds', face a um Manchester City capaz de esmagar qualquer equipa numa tarde/noite inspirada. Para o City, era preciso entrar com tudo e foi o que fez Guardiola, montando um esquema tático com três defesas (Walker, Otamendi e Laporte), quatro médios (Bernardo Silva, Fernandinho, De Bruyne e David Silva) e três avançados (Sterling, Gabriel Jesus e Leroy Sané), numa equipa com um sentido: a baliza de Loris Karius.

Guardiola tinha pedido um jogo perfeito, ao nível do que os 'citizens' apresentaram em casa na Primeira Volta da Premier League frente ao Liverpool (goleada de 5-0) para tentar chegar às meias-finais da Liga dos Campeões pela segunda vez na história. A entrada fortíssima dos de Manchester deu frutos logo aos dois minutos quando Sterling meteu em Gabriel Jesus para o brasileiro fazer o 1-0, naquele foi o seu quarto golo na prova. O lance nasce da fortíssima pressão do City, com Van Dijk a colocar a sua equipa em apuros, depois de pressionado por Sterling.

Os 'citizens' pareciam dispostos a dar a provar aos 'reds' do 'veneno' da primeira-mão em Anfield, quando o Liverpool fez o resultado de 3-0 em apenas 21 minutos (Salah aos 12m, Chamberlain aos 21m e Sadio Mané aos 31m.

A forma como a equipa de Guardiola asfixiava o Liverpool, ganhando a bola em zonas subidas, longe da sua área, não deixando os 'reds' atacar, fazia prever novo golo a qualquer instante. Sterling atirou ao lado aos 20, Karius negou o tento a David Silva aos 30, Bernardo atirou ligeiramente ao lado aos 39 e acertou no poste aos 41.

Além do Liverpool, o Manchester City teria de lidar com a arbitragem liderada pelo espanhol Antonio Mateu Lahoz, árbitro de má memória para Guardiola nos clássicos espanhóis contra o Real Madrid, quando este era treinador do Barcelona. Anulou um golo limpo a Sané aos 42 minutos, numa bola que Karius socou contra Milner antes de o alemão empurrar para o fundo da baliza (fora-de-jogo mal assinalado); mostrou amarelo a Bernardo num lance em que o português rematou, a bola foi devolvida pela mão de um defensor e bateu no braço do ex-Benfica, o árbitro marcou falta e deu amarelo ao extremo por protestos. Perdoou uma grande penalidade de Robertson sobre Sterling e mandu seguir noutro lance em que Milner empurrou o avançado do Liverpool dentro da área, numa bola pelo ar. Demasiados lances que levaram Guardiola a protestar, de forma veemente, com o árbitro espanhol ao intervalo. Lahoz, que não 'morre de amores' pelo catalão, deu-lhe logo ordem de expulsão.

A equipa da cidade dos Beatles, que tinha terminado a primeira parte com apenas dois remates na parte final, ambos por Chamberlain, voltou melhor e empatou o encontro aos 56 minutos pelo inevitável Mohamed Salah. Wijnaldum encontrou Salah no meio dos centrais, este deu logo em Mané que caiu na área num lance onde parece haver falta de Walker. A bola sobrou para Salah que concluiu com classe, 'picando' a bola por cima de Otamendi.

A 'montanha' a escalar agigantava-se, numa altura em que começavam a faltar pernas para conseguir o quase impossível. A verdade é que o golo abalou e muito o Manchester City, que agora teria de marcar quatro tentos a um Liverpool que não se desunia, não se desorganizava.

Com Aguero no lugar de David Silva aos 66 e Gundogan no posto de Bernardo Silva so 74 e numa altura em que o Manchester City já parecia ter perdido a batalha, Roberto Firmino aproveitou um erro de Otamendi para fazer o 2-1 e a reviravolta no marcador.

Aos 81 minutos o City ainda colocou a bola no fundo das redes por Gundogan mas o golo foi anulado por fora-de-jogo do alemão.

Guardiola, que se prepara para se campeão em Inglaterra, vê fugir assim um dos objetivos da época: a Liga dos Campeões. Foi a terceira derrota seguida do Manchester City, já que no passado fim-de-semana tinha perdido com o rival Manchester United por 3-2.