O Benfica ultrapassou as duas últimas eliminatórias iniciadas com empates caseiros e seis de um total de 13 nas taças europeias de futebol, numa altura em que procura os 50% de aproveitamento.
Após o empate 2-2 na receção ao Ajax – os anteriores 13 tinham sido a zero ou um -, os ‘encarnados’ procuram em Amesterdão um lugar nos quartos de final da ‘Champions’, que, face à ‘extinção’ dos golos fora, não podem ser alcançados como nova igualdade, a menos que ‘transformada’ em triunfo nos penáltis.
Entre os seis apuramentos resgatados fora, após empates na Luz, o Benfica conseguiu dois pelo desempate por golos fora, face a Universitatea Craiova (1-1, depois de 0-0), em 1982/83, e Bayer Leverkusen (4-4, após 1-1), em 1993/94.
À luz dos novos regulamentos, em que os golos foram valem tanto como os apontados em casa - algo que não sucedia desde 1965/66 (então, se o total de golos das duas equipas fosse o mesmo disputava-se um jogo de repetição) -, estes dois confrontos que a equipa da Luz ultrapassou seguiriam para prolongamento.
Nos restantes quatro apuramentos, os resultados de então também valiam agora, nomeadamente nos dois últimos, com Marselha, nos oitavos de final da Liga Europa de 2009/10, e PAOK Salónica, no ‘play-off’ da ‘Champions’ de 2018/19, ambos após 1-1 na Luz.
Em 2009/10, o Benfica esteve a perder no Velódrome, culpa de um tento de Mamadou Niang, aos 69 minutos, mas Maxi Pereira, que já tinha faturado em Lisboa, empatou o jogo, aos 75, e, aos 90, Alan Kardec virou ‘herói’, ao apurar o ‘onze’ de Jorge Jesus.
A qualificação de há três anos foi bem mais folgada, já que a equipa de Rui Vitória venceu na Grécia por 4-1, com golos de Jardel (20 minutos), Salvio (26 e 49, ambos de penálti) e Pizzi (39), também após estar a perder - Aleksandar Prijovic (13).
O primeiro dos apuramentos que agora seriam válidos foi conseguido de forma dramática, nas grandes penalidades, face aos soviéticos do Torpedo de Moscovo, numa primeira eliminatória da Taça dos Campeões Europeus de 1977/78 sem golos em 210 minutos.
No desempate por penáltis, o primeiro da história europeia do Benfica, o malogrado guarda-redes Manuel Galrinho Bento foi a ‘chave’, ao parar o pontapé de Iurine e apontar o definitivo 4-1, depois de Pietra, José Luís e Chalana também acertarem – Nikolov atirou ao lado e só Belenkov bateu Bento.
Catorze anos depois, em 1991/92, os ‘encarnados’ escreveram também uma página inesquecível na sua história após um empate caseiro, a um golo, desta vez face ao Arsenal, com um triunfo por 3-1 no Highbury Park, após prolongamento, que valeu a presença na primeira fase de grupos da Taça dos Campeões.
Na transição para a Liga dos Campeões (só é contabilizada a partir de 1992/93), os comandados do sueco Sven-Goran Eriksson estiveram a perder – marcou Colin Pates, aos 20 minutos -, mas ‘agigantaram-se’, com golos de Isaías (36 e 107) e Kulkov (100).
Quanto aos apuramentos pelos golos fora, eles foram igualmente marcantes, sendo que o primeiro, face ao Universitatea Craiova, valeu um lugar na final da Taça UEFA de 1982/83, na primeira passagem de Eriksson. Após o ‘nulo’ na Luz, decidiu Zoran Filipovic (53), depois do tento inicial de Ilie Balaci (16).
O duelo de 1993/94 com o Bayer Leverkusen é, por seu lado, uma verdadeira ‘epopeia’ na história europeia dos ‘encarnados’, que tiveram a eliminatória perdida (2-0), conquistada (2-3), novamente perdida (4-3) e, finalmente, ultrapassada (4-4).
Em 15 de março de 1994, num jogo ‘louco’, no Estádio Ulrich Haberland, o ‘onze’ de Toni qualificou-se para as meias-finais da Taça das Taças, com golos de Abel Xavier (58 minutos), João Vieira Pinto (59) e do ‘herói’ Kulkov (77 e 85).
Pelo Bayer Leverkusen, marcaram ao malogrado Neno os internacionais germânicos Ulf Kirsten (24 e 80 minutos) e Bernd Schuster (58) e o checo Pavel Hapal (82).
Apesar das muitas histórias felizes, até porque nos últimos cinco apuramentos o Benfica esteve a perder na segunda mão – só não aconteceu face ao Torpedo -, a balança ainda está ligeiramente inclinada para as eliminações, num total de sete.
A lista de ‘carrascos’ inclui vários ‘colossos’, como o Bayern Munique, em duas ocasiões (0-0 e 1-5, em 1975/76, e 0-0 e 1-4, em 1981/82), o Inter Milão (0-0 e 3-4, em 2003/04) e o FC Barcelona (0-0 e 0-2, em 2005/06).
Os outros conjuntos que eliminaram o Benfica depois de empatarem a primeira mão na Luz foram o Ujpest (1-1 e 0-2, em 1973/74), o Borussia Mönchengladbach (0-0 e 0-2 após prolongamento, em 1978/79) e o Bordéus (1-1 e 0-1, em 1986/87).
O encontro entre o Ajax e o Benfica, da segunda mão dos oitavos de final da Liga dos Campeões 2021/22, está marcado para esta terça-feira, pelas 21h00 locais (20:00 em Lisboa), na Johan Cruyff ArenA, em Amesterdão.
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