A edição 2020/21 da Liga dos Campeões de futebol arranca na terça-feira sem grandes novidades no lote dos favoritos, desta vez encabeçados pelos alemães do Bayern Munique, detentores de ‘todos’ os troféus.
Campeão europeu e alemão em título, vencedor da Supertaça Europeia e ainda da Taça e da Supertaça da Alemanha, o conjunto bávaro é o ‘alvo a abater’, numa prova que, ano após ano, tem acentuado a tendência de ser só para ‘gigantes’.
Os candidatos estão todos em Inglaterra, que apresenta o mais temível dos contingentes, Espanha, Itália e Alemanha, sendo exceção o vice-campeão em título Paris Saint-Germain, o líder do quinto país do ‘ranking’ da UEFA, a França.
Nas últimas 16 épocas, depois da inusitada final entre FC Porto e Mónaco, que deu o segundo título europeu aos ‘dragões’, o domínio dos quatro ‘grandes’ é absoluto (16 troféus) e, em finais, o registo é de 31 em 32, mas a exceção é o PSG.
Mesmos as meias-finais, são, praticamente, interditas para os outros clubes: em 64 presenças, 58 foram divididas entre espanhóis (21), ingleses (19), alemães (11) e italianos (sete), sendo exceções quatro gauleses (PSG, duas vezes Lyon e Mónaco) e dois holandeses (PSV Eindhoven, em 2004/05, e Ajax, em 2018/19).
Em 2020/21, prevê-se mais do mesmo e, olhando os oito grupos, é possível que nos ‘oitavos’ o registo seja de 16 em 18. As exceções poderão ser o PSG e um conjunto do Grupo C, o do FC Porto, único que só tem um dos quatro ‘grandes’, o Manchester City.
De todos, o Bayern, pelo enorme poderio mostrado até há bem pouco tempo – a época 2019/20 só fechou em 23 de agosto, na Luz, por culpa da pandemia da covid-19 -, apresenta-se como o principal favorito à revalidação do cetro.
O treinador Hans-Dieter Flick perdeu um jogador muito importante, o médio Thiago Alcântara (rumou ao Liverpool), mas reforçou-se, nomeadamente com Leroy Sané, mas também com o regressado Douglas Costa, Bouna Sarr ou Maxim Choupo-Moting.
O polaco Robert Lewandowski, melhor marcador da última edição, com 15 golos, é a grande referência da equipa, que continua a ter Neuer, Pavard, Alaba, Davies, Kimmich, Goretzka, Tolisso, Coman, Gnabry ou o ‘eterno’ Müller.
A lista de candidatos a ‘roubar’ a ‘orelhuda’ aos bávaros é, porém, longa, e volta a incluir o Paris SG, que, depois da primeira final, vai querer mais: quem tem Neymar, Mbappé, Di Maria, Icardi, Marquinhos, Navas, e agora também Danilo, pode ter esse objetivo.
Entre os outros concorrentes, o principal será o Liverpool, que, depois de conseguir acabar na época passada com uma ‘seca’ na ‘Premier League’ que durava desde 1989/90, vai apostar, certamente, em recuperar o título europeu arrebatado em 2018/19.
Os ‘reds’ mantiveram todas as suas ‘estrelas’, de Alisson a Salah, passando por Alexander-Arnold, Van Dijk, Robertson, Wijnaldum, Mané ou Firmino, e acrescentaram Thiago Alcântara e também Diogo Jota, a mais recente ‘estrela’ do futebol luso.
O Manchester City, com Guardiola a comandar Cancelo, Rúben Dias e Bernardo Silva, o Real Madrid, de Zidane e Sergio Ramos, o FC Barcelona, de Koeman e Messi, e também de Trincão, e a Juventus, de Pirlo e Cristiano Ronaldo, estão igualmente na lista.
De fora, não podem ficar ainda o Atlético Madrid, de João Félix e Suárez, o Inter de Milão, de Conte, Lautaro e Lukaku, o Chelsea, de Lampard, Havertz e Werner, o Sevilha, de Lopetegui, o Dortmund, do prodígio Haaland, o Manchester United, de Bruno Fernandes, Cavani e Alex Telles, ou o Leipzig, de Nagelsmann e Sabitzer.
Definitivamente, tem de haver ainda ‘espaço’ para a Atalanta, a cativante ‘squadra’ de Gian Piero Gasperini, uma ‘máquina’ de ataque, ‘movida’ a Muriel, Zapata, De Roon, Pasalic, ‘Papu’ Gómez ou Freuler. Um conjunto que dá gosto ver jogar.
Quanto às equipas fora do ‘top 4’ – mais PSG -, são 15, incluindo o campeão português FC Porto, três conjuntos da Rússia, mais dois gauleses, dois ucranianos e ainda um representante de Áustria, Grécia, Países Baixos, Dinamarca, Bélgica, Hungria e Turquia, sendo que poucos poderão sonhar com os ‘oitavos’.
A edição 2020/21 vai começar um mês mais tarde do que o habitual, por culpa da pandemia de covid-19, que pode vir a ter grande influência no decorrer da prova, seja por culpa de jogadores infetados – Cristiano Ronaldo é já vítima para a ronda inaugural - ou de eventuais jogos perdidos na ‘secretaria’.
A fase de grupos decide-se no espaço de oito semanas: três consecutivas, duas de interregno e mais três de ‘rajada’: terça e quarta-feira (primeira jornada), 27 e 28 de outubro (segunda), 03 e 04 de novembro (terceira), 24 e 25 de novembro (quarta), 01 e 02 de dezembro (quinta) e 08 e 09 de dezembro (sexta e última).
Em relação ao formato, nenhuma alteração: oito grupos de quatro equipas, com as duas primeiras a seguirem para os oitavos e a terceira a ser relegada para a Liga Europa. A quarta diz adeus.
Comentários