O FC Porto cumpre na terça-feira o terceiro encontro na edição 2020/21 da Liga dos Campeões, em plena ‘maré negra’ de resultados na sua competição de eleição, a I Liga portuguesa de futebol.
Decorridas seis jornadas, os campeões nacionais em título somam escassos 10 pontos, com apenas três vitórias, um empate e já duas derrotas, com 15 golos marcados e um ‘exagero’ de nove sofridos, números jamais vistos este século pelo ‘Dragão’.
Para encontrar um ‘desastre’ maior, ao nível da pontuação, a abrir a principal prova do calendário luso, o FC Porto precisa de recuar à ‘era dois pontos’, mais precisamente 27 anos, até à temporada 1993/94.
Nessa época, iniciada com Tomislav Ivic ao comando, os ‘azuis e brancos’ somaram duas vitórias, três empates e uma derrota (8-4 em golos), que, então, valiam sete pontos e que, traduzidos em três pontos por vitórias, subiriam para nove.
Os ‘dragões’ só ganharam, aliás, um dos primeiros cinco jogos, em Braga (2-0, à quarta jornada), cedendo três empates caseiros (3-3 com o Benfica e 0-0 com o Famalicão e Paços de Ferreira) e saindo derrotados do reduto do Marítimo (0-1).
Após seis rondas, e depois de vencer fora – no emprestado Bessa - o Salgueiros por 3-0, o FC Porto seguia a cinco pontos de um 100% vitorioso Sporting, sendo que, se as vitórias já valessem três pontos, a diferença seria de nove.
Na ‘era três pontos’ (desde 1995/96), o conjunto portista tinha como piores registos os 11 pontos (três vitórias, dois empates e uma derrota) de 2008/09 e os cinco pontos de atraso para o líder Sporting de Braga em 2009/10.
Em 2020/21, o FC Porto está, para já, a cinco pontos do líder Benfica, mas pode acabar a ronda a oito, caso, na segunda-feira, os comandados de Jorge Jesus vençam o Boavista, no Bessa.
No que respeita a golos sofridos, os ‘dragões’ precisam de recuar ainda mais para encontrar um pecúlio tão negativo à sexta ronda: aconteceu em 1969/70, há 51 anos, quando o FC Porto, do romeno Elek Schwartz, sofreu também nove golos.
Antes de ganhar 2-0 na receção ao Sporting de Braga, à sexta ronda, o FC Porto sofreu golos nas primeiras cinco, face a Belenenses (1-1 fora), Académica (3-3 em casa), CUF (1-2 fora), Boavista (2-1 em casa) e Sporting (1-2 fora).
Desde 1995/96, com as vitórias a ‘triplicar’, os ‘dragões’ nunca tinham sofrido mais do que cinco golos, o registo de 2008/09, 2011/12 e 2018/19, nesta última edição da prova já com Sérgio Conceição ao ‘leme’.
No que respeita aos dois desaires, também não se viam há quase meio século, mais precisamente há 48 anos, já que a época de 1972/73 foi a última que os ‘dragões’ atingiram a ronda seis já derrotados por mais de uma vez.
Os comandados do chileno Fernando Riera perderam nas Antas com o Sporting por 1-0, logo à primeira jornada, para, à quarta, caírem por 3-0 no Bonfim, face ao Vitória de Setúbal. Acabaram o campeonato em quarto, a 21 pontos do invencível Benfica.
Em 2020/21, os dragões’ até começaram bem o campeonato, com um 3-1 caseiro ao Sporting de Braga e uma goleada por 5-0 ao Boavista, no Bessa, mas, depois, perderam por 3-2 na receção ao Marítimo e empataram 2-2 em Alvalade, face ao Sporting.
Ainda venceram na quinta ronda o Gil Vicente (1-0 no Dragão), mas, à sexta, na sexta-feira, voltaram a claudicar, ao perderem por 3-2 em Paços de Ferreira, apesar de ajudados por dois lances mal ajuizados pelo árbitro.
Na Liga dos Campeões, pelo contrário, o FC Porto começou mal, com um desaire por 3-1 no reduto do Manchester City, mas, à segunda jornada, conseguiu um importante triunfo por 2-0 na receção ao Olympiacos, para saltar para segundo do Grupo C.
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