Cristiano Ronaldo e Lionel Messi são, há muito, as ‘estrelas’ do futebol e, particularmente, da Liga dos Campeões, prova à qual nunca faltam, mas foi preciso esperar por 2020/21 para um primeiro encontro na fase de grupos.

No Manchester United, Real Madrid e Juventus, o português esteve quase sempre numa equipa cabeça de série no sorteio, tal como o argentino, que cumpriu toda a carreira no FC Barcelona, daí a dificuldade de uma frente a frente nesta fase.

Desta vez, e como o ‘Barça’ ficou no Pote 2, o sorteio colocou-os no mesmo agrupamento, numa prova em que, até agora, só se tinham encontrado em duas meias-finais (2007/08 e 2011/12) e numa final (2008/09), com Messi a sair por cima.

Em 2007/08, na corrida para o seu primeiro título, troféu de melhor marcador da prova e ‘Bola de Ouro’, Cristiano Ronaldo levou a melhor, já que o Manchester United conseguiu um lugar na final, com um 0-0 no Nou Camp e um 1-0 em Old Trafford.

O português, então com 23 anos, teve enorme ocasião para marcar em Barcelona, em 23 de abril de 2008, de penálti, mas, no frente a frente com Victor Valdés, atirou a bola ao lado do poste esquerdo. Messi, com 20 anos, saiu aos 62 minutos.

Na segunda mão, em Inglaterra, seis dias depois, Ronaldo e Messi estiveram ambos em campo os 90 minutos, mas o ‘herói’ foi o médio Paul Scholes, que, com um forte e colocado remate de fora da área, deu o triunfo (1-0) e o apuramento aos ‘red devils’.

O internacional argentino não teve de esperar muito para ter a oportunidade de ‘vingar’ esta eliminação, já que, na época seguinte (2008/09), as duas equipas voltaram a encontrar-se, agora na final, e, desta vez, prevaleceu o ‘Barça’ (2-0).

No Estádio Olímpico de Roma, em 27 de maio de 2009, os catalães impuseram-se, com tentos do camaronês Samuel Eto’o, aos 10 minutos, e Lionel Messi, aos 70, quando bateu Van der Sar de cabeça. Para Ronaldo, foi o último jogo pelo United.

Já com o português no Real Madrid, os dois jogadores reencontraram-se nas meias-finais da edição 2011/12 e tudo ficou, praticamente, resolvido na primeira mão, em 27 de abril de 2011, no Santiago Bernabéu, com uma vitória catalã por 2-0.

Depois de uma expulsão de Pepe muito contestada por José Mourinho, o argentino resolveu o encontro com um ‘bis’, primeiro com um desvio oportuno em resposta a centro do holandês Afellay e, depois, com uma impressionante jogada individual, em que ‘bailou’ por entre a defesa ‘merengue’ e bateu Casillas.

Com dois golos fora, o FC Barcelona não teve dificuldades em carimbar, em 03 de maio, o ‘passaporte’ para a final em Nou Camp, onde Ronaldo e Messi jogaram os 90 minutos. Marcaram Pedro, aos 54, para o FC Barcelona, e Marcelo, aos 64, para o Real Madrid.

Em 2020/21, uma década depois, os dois jogadores podem voltar a defrontar-se na ‘Champions’, agora com Ronaldo na Juventus, em encontros marcados para 28 de outubro, em Turim, e 08 de dezembro, em Barcelona, tudo indica à porta fechada, culpa da covid-19.

O internacional luso parte com 63 golos na fase de grupos, em 89 encontros, perdendo, neste particular, para o argentino, que ostenta uma impressionante média de quase um tento por jogo: 68 tentos, em apenas 72 embates.

Numa só época, o recorde é de Cristiano Ronaldo, que, em 2015/16, marcou 11 golos, mais um do que os 10 conseguidos por Messi em 2016/17, em apenas cinco encontros. Em 2017/18, o português cometeu mesmo o feito de faturar nos seis jogos.

No que respeita a apuramentos, o jogador português só por uma vez, em 17 presenças, caiu na fase de grupos: aconteceu em 2005/06 e a culpa foi do Benfica, de Ronald Koeman, que, na última ronda do Grupo D, bateu na Luz o Manchester United por 2-1.

De resto, soma 12 primeiros lugares e quatro segundos, ao serviço dos ‘red devils’ (2003/04 a 2008/09), Real Madrid (2009/10 a 2017/18) e Juventus (desde 2018/19).

Neste capítulo, Messi está ainda melhor, pois tem o pleno de apuramentos nas 16 vezes que disputou a fase de grupos, desde 2004/05, sendo que, nas últimas 13 épocas, o FC Barcelona ficou sempre em primeiro lugar no seu agrupamento.

Desta vez, ambos são claramente candidatos a seguir em frente, num Grupo G que integra ainda os ucranianos do Dínamo Kiev e os húngaros do Ferencvaros.