Jogo frenético no Ethiad, com sete golos entre o Manchester City e o Real Madrid, num verdadeiro hino ao futebol. Os merengues voltaram a salvar-se de uma derrota com números maiores, aproveitando os erros defensivos dos cityzens, tal como fizeram diante do PSG e Chelsea. Bernardo marcou e o City vai para a segunda-mão com um golo de vantagem (4-3), num jogo onde podia ter goleado. O Real resiste.

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À procura da segunda final da história e consecutiva, o Manchester City procurava superiorizar-se ao Real Madrid, o 'Senhor Champions', equipa que se sente como 'peixe na água' nesta prova. Os 13 títulos na prova (em 16 finais) onde é recordista eram números suficientes para o City saber que este não é um adversário qualquer.

Depois de ter estado quase 'morto' diante do PSG em casa (0-1 fora e 3-1 em em casa), os merengues deram a volta e afastaram um dos favoritos a vencer a prova. Nos 'quartos', a equipa de Ancelotti parecia ter tudo arrumado em Londres diante do Chelsea (3-1) mas os campeões europeus puxaram dos galões no Bernabéu e levaram o jogo para prolongamento. Na eliminatória, o Real capitalizou todos os erros defensivos dos londrinos e ainda o desacerto dos de Thomas Tuchel na finalização. O City estava mais que avisado.

Esta é a segunda vez que as duas equipas se encontram nas meias-finais da 'Champions', depois de em 2015/16 os 'merengues' se terem apurado para o encontro decisivo com uma igualdade a zero em Inglaterra e uma vitória por 1-0 em Madrid. Contudo, da última vez que se defrontaram na Liga dos Campeões, em 2019/20, o Manchester City eliminou o Real Madrid nos oitavos de de final, com dois triunfos por 2-1. Por isso, esta eliminatória tinha um cheirinho a vingança.

City com entrada à matar

Ainda havia gente à procura de lugar no Ethiad e já o City estava na frente. 93 segundos foi quanto durou a resistência merengue: bailado de Mahrez na direita, centro puxado entre Carvajal e Alaba para uma entrada espetacular de Kevin De Bruyne, de cabeça, a bater o compatriota Courtois.

Sem referências na frente, o City desmontava com muita facilidade a defensiva merengue. Por dentro e por fora, a equipa encontrava sempre espaço. Aos 11, Foden desequilibrou na esquerda, encontrou Kevin de Bruyne que meteu mais um centro 'açucarado' para Gabriel Jesus ganhar sobre Alaba e finalizar com classe.

Mas o Real Madrid é uma equipa que nunca 'morre' e aproveita quase tudo o que lhe oferecem. Aos 16 uma má reposição de bola de Ederson quase dava golo para Vinícius, mas a bola bateu em Rúben Dias. Dez minutos depois, mais um lance caricato, com Ruben Dias quase a colocar a bola no fundo das redes: o seu desvio bateu no poste, para descanso dos Cityzens.

No mesmo minuto, com muito espaço para explorar, Bernardo Silva deixou em Mahrez que, numa situação de três contra um, resolveu rematar, com o pior pé (direito). Bola nas malhas laterais, de Bruyne e Foden com as mãos na cabeça e Guardiola irritadíssimo com o seu pupilo. Aos 29 é Foden a aparecer isolado perante Courtois, após passe de De Bruyne (mais um) mas o inglês atirou ao lado. O Real sofrida, o City devia saber o que dali viria. PSG e Chelsea já o tinham saboreado e não gostaram.

No melhor período do City o Real... marcou, aos 33. Centro largo de Ferland Mendy e Benzema a ganhar a frente a Zinchenko e a finalizar de pé esquerdo. 13.º golo do francês na Champions. Acordou o quase campeão espanhol e, três minutos volvidos, é Ederson quem nega o golo a Rodrygo, com uma boa defesa.

Com Cancelo castigado e Walker lesionado, Guardiola tinha escolhido Stones para fechar no corredor direito e assim travar Vinícius mas o inglês saiu aos 36, lesionado. Entrou Fernandinho para o seu lugar, para marcar o rapidíssimo Vinícius Jr. Tinha tudo para correr mal.

Nova entrada forte dos Cityzens e Vinícius a 'destruir' Fernandinho

O City entrou no segundo tempo tal como tinha feito no primeiro, a criar uma situação de golo no primeiro minuto: passe de Rúben Dias, Mahrez a ganhar a Militão e a correr para a área para rematar ao poste. Na recarga, Carvajal evitou o golo de Foden.

Aos 52 Foden não desperdiçou: recuperação de bola em zonas altas, Fernandinho a centrar da direita e Foden a encostar na pequena área.

Resposta imediata dos espanhóis, num lance onde foi visível a diferença de velocidade entre Vinícius e Fernandinho. O jovem merengue fez uma maldade ao seu conterrâneo, acelerou por aí fora e só parou quando meteu a bola no fundo das redes. Uma das imagens desta edição da Champions.

O jogo estava partido, pelo que o golo poderia aparecer em qualquer uma das balizas. Aos 67, Laporte apareceu na pequena área a finalizar mas Courtois defendeu a dois tempos. Na outra baliza é Rodrygo a desperdiçar uma boa oportunidade, quando tinha Benzema em melhor posição.

Não marcou o Real, marcou o City por Bernardo Silva. Momento fantástico do português, a aproveitar uma bola na área merengue para rematar de pronto, com Courtois surpreendido e pregado ao relvado. Os jogadores pararam à espera de uma falta de Kroos sobre Zinchenko, o árbitro deixou seguir e o português surpreendeu toda a gente com um remate ao ângulo. 4-2 aos 73 minutos.

Mas, como já tínhamos dito este Real Madrid não desperdiça nada. É uma hiena, aproveita tudo. E aproveitou uma mão de Laporte na área para reduzir, por Karim Benzema, o seu 14.º golo nesta edição da Champions, 41 em todas as provas esta temporada. Penálti batido com classe, à Panenka, para o meio da baliza, aos 81 minutos.

Nos minutos finais, Rúben Dias esteve perto do golo em duas ocasiões mas falhou.

As duas equipas voltam a defrontar-se dentro de uma semana, no dia 04 de maio, em Madrid, com o vencedor a defrontar na final, agendada para 28 de maio, a equipa que sair da eliminatória entre os ingleses do Liverpool e os espanhóis do Villarreal que se defrontam na quarta-feira na cidade inglesa.