Quando, esta terça-feira, as equipas de Benfica e Zenit se perfilarem no relvado para ouvir o hino da Liga dos Campeões, e depois se seguirem os naturais cumprimentos entre adversários haverá vários sorrisos e abraços que não serão tão circunstanciais como de costume, mas sim marcados pela amizade.
E não longe dali, Jorge Jesus e André Villas-Boas, que, mais uma vez, estarão em campos e bancos opostos e irão saudar-se como bons amigos que são.
Isto porque este Benfica – Zenit não é apenas um jogo da fase de grupos da Liga dos Campeões, mas sim um jogo de encontros, ou melhor reencontros.
Na equipa russa saltam à vista os nomes de Witsel, Javi Garcia e Ezequiel Garay pelas melhores razões para os adeptos encarnados, e os de Hulk e André Villas-Boas por razões menos boas.
Mas concentremo-nos nas melhores razões e no trio que passou pelo Benfica e deixou saudades aos adeptos, que os deverão aplaudir com gosto assim que pisarem o relvado do Estádio da Luz. Vamos por partes.
Uma passagem relâmpago pela Luz
O belga Witsel foi o que menos tempo ficou no clube encarnado. Chegou com apenas 22 anos, na época 2011/12, e a troco de sete milhões de euros proveniente do Standard Liège. Era uma das jovens promessas de uma das melhores gerações do futebol belga. Chegou, adaptou-se, jogou, encantou os adeptos, fez 49 jogos, marcou cinco golos, e no ano seguinte já estava de saída por 40 milhões de euros rumo ao Zenit da Rússia, onde ainda se mantém.
Ao saber que iria defrontar o Benfica nesta edição da Liga dos Campeões, depressa se apressou a agradecer a Deus esta oportunidade: “Estou feliz. Agradeço a Deus a oportunidade de voltar a Lisboa e defrontar o Benfica”.
Don Garcia
Javi Garcia tem claramente uma ligação maior ao Benfica. Saiu do Real Madrid com apenas 22 anos para se juntar ao primeiro plantel liderado por Jorge Jesus na época 2009/10. Sagrou-se campeão no mesmo ano e tornou-se o senhor do meio-campo. Destruía o jogo do adversário, recuava junto aos centrais na hora em que os laterais subiam, e ainda se mostrava importante nos cantos ou lances de bola parada, onde fazia impor a boa qualidade do seu jogo aéreo. Deixou o Benfica na época 2012/13 rumo ao Manchester City por 20 milhões de euros.
El Negro
Ezequiel Garay é outro exemplo de jogador que cresceu e relançou a sua carreira no Benfica. No Real Madrid era um simples suplente, principalmente na segunda época, tapado por jogadores como Ricardo Carvalho, Pepe ou Sérgio Ramos. Na época 2011/12 transferia-se para o Benfica a troco de um valor perto de 5,5 milhões de euros (por metade do passe), embora este nunca tenha sido confirmado.
Ao lado de Luisão construiu uma dupla de sucesso no Benfica, tendo sido unânimes os elogios às suas qualidades e prestações pelo Benfica. Foi campeão na época passada, conquistou a Taça de Portugal e duas Taças da Liga (2011/12 e 2013/14). Na sua derradeira temporada em Portugal marcou oito golos, um ano especialmente bom do defesa que saiu para o Zenit a troco de seis milhões de euros e deixou saudades.
Dado aquilo que os três jogadores fizeram, aplica-se com toda a certeza a expressão “os bons filhos à casa tornam”. Para suspiro do “pai” Jesus, os três vão estar do outro lado a jogar pelo Zenit.
O jogo Benfica – Zenit está marcado para as 19h45, e é relativo à primeira jornada da fase de grupos da Liga dos Campeões.
Comentários