O treinador português Pedro Martins encarou o PAOK como um “oponente de respeito” para o Olympiacos, rival na corrida ao título grego, e Benfica, adversário da formação de Abel Ferreira na Liga dos Campeões de futebol.
“É uma equipa que já está trabalhada há quatro ou cinco anos, mantém a espinha dorsal e há dois anos foi campeão sem derrotas. Ainda não vi o PAOK este ano, mas continua com o mesmo plantel, ainda que provavelmente com algumas melhorias. Embate com o Benfica? Espero um bom jogo de futebol”, analisou à agência Lusa o técnico, de 50 anos.
O PAOK recebe as ‘águias’ na terça-feira, às 19:00, no estádio Toumba, em Salónica, em jogo único da terceira pré-eliminatória de acesso à fase de grupos da Liga dos Campeões, após ter sido segundo classificado na última edição do campeonato grego, com 73 pontos, 18 abaixo do campeão e recordista Olympiacos, que somou o 45.º título.
“No ano passado estivemos muito fortes e não demos hipóteses a ninguém, mas agora prevejo uma luta dura. Vejo um AEK muito forte e não considero que só Olympiacos e PAOK sejam candidatos ao título. O Panathinaikos ainda é uma incógnita, mas tem sempre uma palavra a dizer, pelo grande historial e exigência dos adeptos”, avaliou.
Pedro Martins coloca os quatro emblemas “como candidatos” ao título, embora o Panathinaikos seja “mais um ‘outsider’”, numa altura em que a Liga 2020/21 já arrancou e o Olympiacos tem a estreia adiada, em virtude da ‘dobradinha’ alcançada no sábado, quando derrotou o AEK Atenas (1-0), na final da Taça da Grécia 2019/20.
“É uma prova muito competitiva, de luta e entrega, que exigia uma qualidade superior na maioria dos relvados. Além da raça, o jogador grego é talentoso e as equipas aportam um espírito de muito trabalho. Aqui e acolá há atletas que fazem a diferença e a relação próxima com Sérvia e Croácia acrescenta qualidade em muitas equipas”, observou.
Pela Grécia já passaram 15 treinadores lusos, desde o falecido Severiano Correia, entre as décadas de 60 e 70, até à chegada de Abel Ferreira a Salónica, em julho de 2019, numa tendência que o ex-timoneiro de Marítimo, Rio Ave e Vitória de Guimarães na I Liga justifica com o legado construído pelo selecionador das ‘quinas’ Fernando Santos.
“A qualidade demonstrada nos clubes, entre AEK Atenas [2001/02, 2004/05 e 2005/06], Panathinaikos [2002/03] e PAOK [2007 a 2010], e na seleção [2011 a 2014], deixou um carinho muito forte. As pessoas aqui têm um enorme respeito e consideração pelo Fernando Santos, que é o responsável por nos ter aberto as portas na Grécia”, frisou.
Pedro Martins aterrou em Atenas há dois anos e sagrou-se campeão pela primeira vez na carreira, repetindo os êxitos de Leonardo Jardim (2012/13), Vítor Pereira (2014/15), Marco Silva (2015/16) e Paulo Bento (2016/17) no Olympiacos, resgatando uma hegemonia que tinha sido descontinuada por AEK (2017/18) e PAOK (2018/19).
“No primeiro ano houve quase 20 entradas e outras tantas saídas. Houve uma profunda reestruturação da equipa, que veio dar os frutos que conhecemos em termos desportivos e financeiros. Sinto que os adeptos gostam da nossa forma de jogar. Outro aspeto relevante para mim é que recuperámos o prestígio do clube nos jogos europeus”, vincou.
Com contrato renovado até 2022, o técnico natural de Santa Maria da Feira deseja o bicampeonato e o regresso dos adeptos a breve trecho ao estádio Georgios Karaiskakis, onde começará a disputar em 22 de setembro o ‘play-off’ de acesso aos grupos da Liga dos Campeões, diante dos sérvios do Estrela Vermelha ou dos cipriotas do Omonia.
“O mercado continua aberto. Não teremos a mesma equipa, mas também não vou dizer se será melhor ou pior. Só quando colmatar algumas posições é que terei uma definição correta do plantel. Posso garantir é que vamos ter o mesmo espírito e qualidade de jogo”, apontou Pedro Martins, que orienta José Sá, Rúben Semedo, Cafú e Pêpê Rodrigues.
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