O Paris Saint-Germain recomeça esta terça-feira (19), diante do Borussia Dortmund no Parque dos Príncipes, na capital francesa, a sua eterna luta pelo tão sonhado título da Liga dos Campeões.

A equipa conta nas suas fileiras com os portugueses Nuno Mendes, Danilo Pereira, Vitinha e Gonçalo Ramos, e ainda o ex-Sporting, Manuel Ugarte.

Agora sem os craques Lionel Messi e Neymar, que no verão partiram rumo aos Estados Unidos da América e Arábia Saudita, respetivamente, o PSG tem no atacante Kylian Mbappé o seu grande destaque.

No banco, a equipa será comandada pelo técnico espanhol Luis Enrique, que vai voltar a ouvir o hino da Champions, seis anos depois. Na sua última experiência no maior torneio de clubes da Europa, o treinador dirigia o Barcelona, que tinha nos seus quadros o astro argentino Messi e o craque brasileiro Neymar, protagonistas da remontada histórica justamente contra o PSG em 2017, um dos maiores traumas da história do clube parisiense, que pretende virar definitivamente essa página e conquistar o título inédito.

Sem margem de erro

Símbolo da nova etapa do clube parisiense, após a saída de Messi e Neymar, o técnico espanhol vem de dois empates e uma derrota, na sexta-feira, diante do Nice (3-2), em cinco rondas da Ligue 1.

Um arranque desastroso para um clube habituado a ter domínio absoluto no campeonato francês: foram nove títulos desde 2011. Luis Enrique, que era o técnico do Barcelona na última vez que o clube catalão conquistou a Liga dos Campeões, em 2015, ainda tem crédito, mas a paciência não é exatamente a maior virtude do ambicioso PSG e dos seus proprietários cataris.

Com este panorama, o primeiro convidado dos parisienses na Champions é o Borussia Dortmund, adversário que exigirá muito, levando em conta que o 'grupo da morte', o F, tem ainda AC Milan e Newcastle e não permitirá passos em falso.

Pressão pelo título aumenta

Desde que o Paris Saint-Germain foi adquirido em 2011 pela Qatar Sports Investments (QSI), a grande obsessão dos seus dirigentes é a 'Orelhuda'. Com o rival Manchester City – propriedade de um grupo dos Emirados Árabes – finalmente campeão, a pressão só aumenta.

Mas, por enquanto, a única coisa que cresceu foi a coleção de fracassos. O mais famoso deles foi a grande reviravolta, ou 'La Remontada', de 2017: depois de vencer o Barcelona por 4-0 na primeira-mão dos oitavos de final em Paris, o PSG acabou por ser eliminado após sofrer uma goleada de 6-1 no Camp Nou com Luis Enrique no comando do emblema catalão.

Depois aquela equipa, na qual Luis Suárez acompanhava Messi e Neymar no melhor ataque da época, caiu inesperadamente nos quartas de final diante da Juventus (0-0 e 3-0). O treinador deixou o Barcelona naquele ano e assumiu a seleção espanhola, onde ficou até desembarcar em Paris.

A pressão incessante e a posse de bola são as características mais reconhecidas do seu futebol, uma mudança tática para o PSG que os seus jogadores ainda não assimilaram totalmente.

"Todos temos que evoluir, inclusive eu. Mas não estou preocupado, vi uma equipa de jogadores lutar até o último minuto", resumiu Luis Enrique, após a derrota de 2-3 em casa contra o Nice, na sexta-feira passada.

Mbappé à procura de parceiros

Depois de mais uma janela de transferências em que foi destaque, com muita especulação sobre o seu futuro, Kylian Mbappé finalmente voltou com seu habitual faro para a baliza: já leva sete golos, incluindo um bis contra o Nice, em quatro jogos.

Sem Messi e Neymar, o capitão da seleção francesa lidera um ataque totalmente renovado: chegaram os seus companheiros Ousmane Dembele e Randal Kolo Muani, o português Gonçalo Ramos e o espanhol Marco Asensio.

"Tenho uma equipa na qual gosto de todos os jogadores de ataque, Mbappé vai continuar a marcar, é o seu ADN, mas os outros também vão marcar", promete Luis Enrique.

O único que respondeu até o momento é Asensio, autor de dois golos, mas que se lesionou pela seleção espanhola e só voltará no final de setembro.

Titular na sexta-feira, o português Gonçalo Ramos ainda não teve qualquer impacto, enquanto Dembele, perigo permanente, mostrou-se ineficaz, desperdiçando duas boas oportunidades.

Kolo Muani, o último a chegar, entrou como criador e fez jogadas interessantes, a melhor delas foi uma assistência para Mbappé no último. Os seus minutos podem abrir-lhe as portas como titular diante do Dortmund, clube que conhece bem já que recentemente encerrou o seu ciclo no Eintracht Frankfurt.