O Benfica só ultrapassou uma eliminatória europeia depois de um desaire por dois ou mais golos na primeira mão, o que aconteceu face aos alemães do Nuremberga em 1961/62, rumo ao segundo título europeu.

Há 60 anos, os ‘encarnados’ perderam fora a primeira mão dos quartos de final por 3-1, para responderam no antigo Estádio da Luz com uma implacável goleada por 6-0, que valeu o apuramento para as meias-finais.

De resto, as ‘águias’ arrancaram mais 14 eliminatórias com desaires por mais de um golo e ‘tombaram’ sempre, sendo que só um desses duelos começou em solo luso, como o atual face ao Liverpool (1-3) nos quartos de final da ‘Champions’ 2021/22.

Na primeira mão dos quartos de final da Taça das Taças de 1996/97, o Benfica perdeu por 2-0 na receção à Fiorentina, na qual alinhava o atual presidente ‘encarnado’, Rui Costa, culpa de tentos de Baiano e Batistuta, a fechar cada uma das partes.

Em Florença, os comandados de Manuel José ainda conseguiram reentrar na discussão da eliminatória, graças a um tento de Edgar, aos 22 minutos, mas o triunfo por 1-0 foi insuficiente.

De resto, todas as outras derrotas por dois ou mais golos em jogos da primeira mão aconteceram fora, com o Benfica a lograr dar a volta logo à segunda tentativa.

Na segunda ronda da Taça dos Campeões, os então detentores do troféu começaram com um desaire na RFA por 3-1, num embate que até começou bem para os comandados do húngaro Béla Guttmann, que se adiantaram logo aos 10 minutos, por Cavém.

O Nuremberga logrou, porém, dar a volta ao marcador ainda na primeira parte, com tentos de Gustav Flachnecker, aos 31 minutos, e Heinz Strehl, aos 40, para, a cinco minutos do final, o autor do primeiro golo ‘bisar’.

Em 22 de fevereiro de 1962, os campeões da Europa estavam obrigados a marcar pelo menos três golos – um triunfo por dois forçava um jogo de desempate – e conseguiram o dobro, com três marcados em cada uma das partes.

O 6-0 foi conseguido com um golo de José Águas, aos três minutos, dois do ‘rei’ Eusébio da Silva Ferreira, aos quatro e 55, um de Mário Coluna, aos 21, e, a fechar, dois de José Augusto, aos 63 e 78.

Embalado, o Benfica chegaria ao segundo título europeu, ao afastar o Tottenham nas meias-finais (3-1 em casa e 1-2 fora) e superar o Real Madrid na final de Berna por 5-3, com tentos de José Águas, Cavém, Coluna e Eusébio (dois).

Após os outros desaires caseiros por mais de um golo, o Benfica também chegou a recuperar de uma desvantagem de três golos, para acabar eliminado... por moeda ao ar.

Em 1969/70, na segunda eliminatória da Taça dos Campeões, face ao Celtic, o conjunto da Luz começou por perder por 3-0 em Glasgow, mas, em casa, respondeu com idêntico resultado.

Eusébio, aos 35 minutos, Jaime Graça, aos 39, e Diamantino Costa, aos 90, forçaram o prolongamento, mas este nada decidiu e tudo foi resolvido por uma moeda atirada ao ar. Neste caso, foi mesmo a sorte a decidir o destino das duas equipas.

Além dos confrontos com o Nuremberga, Celtic e Fiorentina, o Benfica ainda somou mais quatro triunfos nos jogos da segunda mão, após desaires por mais de um golo, mas todos pela margem mínima, logo insuficientes para evitar eliminações.

Um dos clubes que tinha conseguido vencer o Benfica por dois ou mais golos na primeira mão tinha sido precisamente o Liverpool, na segunda ronda da Taça dos Campeões de 1984/85.

Os ‘reds’ ganharam por 3-1 em Anfield Road, na primeira mão, graças a um ‘hat-trick’ do temível Ian Rush, contra um tento de Diamantino Miranda, e, na segunda mão, na Luz, o dinamarquês Manniche marcou de penálti logo aos seis minutos, mas o segundo golo, que valeria o apuramento, nunca chegou.

Desta vez, o Liverpool também venceu por 3-1 o primeiro jogo, mas no Estádio da Luz, graças a golos de Konaté, Mané e Luis Díaz, contra um de Darwin Núñez.

O encontro entre o Benfica e o Liverpool, da segunda mão dos quartos de final da edição 2021/22 da Liga dos Campeões em futebol, realiza-se esta quarta-feira, em Anfield Road, a partir das 20h00.

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