O treinador do Real Madrid, Carlo Ancelotti, fez esta sexta-feira a antevisão da final da Liga dos Campeões frente ao Atlético Madrid e comentou a alegada obsessão do clube em conquistar o décimo título.

Na conferência de imprensa de antevisão da final da Liga dos Campeões, Carlo Ancelotti confirmou que Cristiano Ronaldo estará a cem por cento para defrontar o Atlético Madrid, e que apesar de já ter vencido quatro títulos na competição, todas as finais são diferentes.

"Uma final é sempre uma final, não podemos comparar com outras.  Começamos esta época com este objetivo e conseguimos chegar à final e por isso é especial, mas uma final tem algumas características comuns como aquela pressão antes do jogo mas depois a energia do trabalho acaba por tranquilizar", começou por dizer o técnico italiano.

"O treino de hoje é importante para saber da condição física de alguns jogadores. O Cristiano treinou bem, veremos como o Pepe e Benzema porque não treinaram esta semana, tomaremos a decisão só amanhã. Cristiano está bem, o Pepe veremos hoje, este treino será importante para saber se poderá jogar amanhã.", revelou Ancelotti.

Sobre que mensagem não poderia deixar de passar aos jogadores, o técnico italiano garantiu que depende dos jogos, e que por vezes nem é preciso dizer nada, nomeadamente neste tipo de jogo em que não é necessário motivar os atletas.

"Podes dizer muitas coisas ou podes não dizer nada. Dou claras instruções aos jogadores, acho que temos de saber como jogar este jogo. Será um jogo mais equilibrado, tacticamente falando. O Atlético também vai atacar e também irá jogar em contra-ataque, mas nós também teremos de recorrer a todos os nossos recursos. Por isso não prevejo grandes diferenças para este jogo", disse Ancelotti.

"Não estou tenso, estou concentrado porque é um jogo muito importante, nestes jogos não precisas de motivar os jogadores, se  Real Madrid conseguir jogar da maneira que jogou em Munique temos uma hipótese de ganhar", atirou Ancelotti.

"Não preparei nenhuma lista para as grandes penalidades, já temos uma
lista mas não falámos disso, a lista existe mas não podemos pensar à
partida que o jogo se possa resumir a penalties, mas o mais importante é
jogar bem desde o primeiro minuto", atirou Ancelotti sobre a possibilidade da final ser decidida nas grandes penalidades.

"Já recebi muito desta competição, já ganhei quatro vezes, e não tenho de pedir mais desta competição, sou sortudo por estar aqui não tenho de pedir mais. Todos sabem a importância deste jogo para o Real Madrid, o meu trabalho é fazer o melhor e ajudar a equipa a ganhar esta competição e estamos muito perto", frisou o técnico italiano.

"Neste momento o mais importante é estar tranquilo. Queremos fazer um bom treino, lembro-me bem da última vez que estive antes da final da Liga dos Campeões e disse, nessa altura, que poderia ser a última vez e preparei-me para disfrutar. Esta poderá ser última vez que estou nesta final por isso vou tentar fazer o mesmo", revelou Ancelotti sobre a importância da tranquilidade na véspera de um jogo decisivo como este.

"O que me preocupa neste jogo é o imprevisível porque numa final tudo
pode acontecer e isso preocupa porque nada se pode fazer em relação a
isso ao contrário do previsível que pode ser trabalhado nos treinos", assumiu Carlo Ancelotti sobre que preocupações tinha para o jogo de sábado.

"Todas as possibilidades estão em cima da mesa, contemplamos todas as soluções tácticas para amanhã", acrescentou ainda Ancelotti.

Sobre a obsessão do Real Madrid em conquistar o décimo título na competição, Ancelotti assumiu que a linha que separa a obsessão e o sonho é muito ténue, mas garantiu que na sua perspectiva se trata de um sonho.

"Depende daquilo que estiver a pensar, vai muito pouco de um sonho à
obsessão depende do que se tiver na mente, para mim este título é um
sonho", afirmou o técnico italiano.

Em relação ao adversário, o técnico italiano falou sobre a importância do bom relacionamente entre Simeone e os jogadores do Atlético Madrid para conquistar o título da liga espanhola.

"Creio que a sorte de um treinador é ter uma boa relação com os jogadores
e trabalhar para propiciar a cada um dar o seu melhor, e no caso do
Simeone há uma química particular com os jogadores, é por isso que
ganharam a liga e que estão aqui", frisou Ancelotti.

CR7 representa uma arma apontada ao adversário

"Cristiano Ronaldo representa uma arma muito importante para nós. O Cristiano  tem uma estatística impressionante e precisamos dele a cem por cento. Fez uma época fantástica nesta competição, converteu seis livres e foi muito importante para chegarmos aqui", disse Ancelotti sobre o internacional português.

"É a primeira vez na minha carreira que não tive problemas com jogadores no balneário"

"Desde o primeiro dia defrontei-me com jogadores sérios e profissionais e por isso é que chegamos aqui, nunca tive um problema com ninguém, aliás, posso dizer que pela primeira vez na minha carreira que não tive problemas com nenhum jogador no grupo, os jogadores foram de enorme profissionalismo", sentenciou Ancelotti sobre a sua relação com os jogadores no balneário do Real Madrid.

Carlo Ancelotti, que venceu a Champions no comando do AC Milan em 2003 e 2007, e saiu derrotado da final de 2005, tem oportunidade de triunfar pela terceira vez na Taça dos Campeões. Para além disso, venceu igualmente o troféu por duas vezes como jogador (1989 e 1990).