Mais uma final contra o AC Milan, mais uma derrota do Benfica. Tal como em 1963, o clube transalpino voltou a sagrar-se campeão europeu às custas dos encarnados, tendo neste ano inclusivamente revalidado o título alcançado no ano anterior. Foi a última equipa a defender com sucesso o seu estatuto de campeão europeu.
Se em 1963 os encarnados eram os bicampeões europeus e até tinham algum favoritismo, em 1990 a história era bem diferente. Diante da formação do sueco Sven-Goran Eriksson esteve, simplesmente, uma das melhores equipas da história do futebol mundial. Sob a égide do ‘mestre’ Arrigo Sacchi, os ‘rossoneri’ apresentavam nessa final craques inesquecíveis, como o trio holandês Van Basten-Gullit-Rijkaard e os italianos Ancelotti, Maldini, Baresi e Costacurta.
O cenário que se desenhava antes da final já era adverso ao Benfica, tal a superioridade italiana nesse ano: organização do Campeonato do Mundo de futebol em Itália e as conquistas da Taça UEFA e da Taça das Taças, por Sampdoria e Juventus, respetivamente. Nesta final, o Benfica estava condenado a ser um ator secundário.
Para trás tinham ficado Derry City FC, Kispest Honved, FC Dnipro e o Marselha, na meia-final que se tornou célebre pela mão de Vata. Já o AC Milan teve um trajeto sinuoso, mas abateu HJK Helsinki, Real Madrid, KV Mechelen e Bayern Munique.
Com Eriksson novamente no banco de suplentes – depois de uma primeira passagem no início da década -, os encarnados apoiavam-se numa estrutura com o perfume brasileiro de Valdo, Aldair e Ricardo Gomes e a eficácia dos suecos Thern e Magnusson.
No Estádio Prater, em Viena, onde três anos antes o FC Porto vencera a Taça dos Campeões Europeus, AC Milan e Benfica protagonizaram uma final demasiado tática. Sem grandes lances de perigo, o clube da Luz soube responder ao maior poderio do adversário com personalidade e confiança.
Porém, a passagem do tempo alimentava a certeza de um jogo a ser decidido pela primeira equipa a cometer um erro. Aos 68’, ninguém na defesa do Benfica soube acompanhar Rijkaard, que fugiu e não perdoou na cara de Silvino. O 1-0 adiantou em definitivo o AC Milan e colocou um ponto final na partida.
Seria também um longo parágrafo na história europeia do Benfica. O mais longo de sempre na história do clube. Depois de 1989/90, abriu-se um hiato de 23 anos que apenas se quebra amanhã (19h45), na final da Liga Europa, contra o Chelsea. Em Amesterdão, o Benfica espera voltar a voar na Europa.
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