O treinador português José Mourinho foi suspenso por quatro jogos nas competições europeias, devido ao comportamento “abusivo” para com o árbitro inglês Anthony Taylor na final da Liga Europa de futebol, informou hoje a UEFA.

“Suspender o treinador principal da AS Roma, José Mourinho, pelos próximos quatro jogos das competições de clubes da UEFA, em que participe, por dirigir linguagem abusiva ao árbitro do encontro [da final entre Sevilha e Roma]”, especifica o organismo.

A UEFA tinha aberto no início de junho um processo ao treinador, numa longa lista de casos referentes à final, que o Sevilha venceu no desempate por grandes penalidades (4-1) após empate a uma bola no tempo regulamentar e prolongamento.

Logo nas primeiras palavras após o encontro, na flash interview que se seguiu à partida, o treinador português deixou duras palavras para o árbitro, chegando a afirmar que este "parecia espanhol".

Ainda antes de abandonar o relvado, num gesto que não é inédito da sua parte, Mourinho acabou por dar a medalha de finalista vencido a um adepto na bancada.

Depois de ter passado pelo palco e recebido a medalha de finalista vencido da competição, Mourinho resolveu oferece-la, lançando-a para a bancada na direção de um jovem adepto da Roma. Já no passado Mourinho tinha tido gestos semelhantes com medalhas conquistadas ao leme do FC Porto, do Chelsea e, mais recentemente, do Manchester United, na derrota ante o Real Madrid, para a Supertaça europeia.

Mais tarde, já à saída do estádio, na garagem da Puskas Arena, Mourinho confrontou o árbitro Anthony Taylor, dirigindo-lhe, a ele e aos delegados da UEFA, algumas palavras mais duras.

"É uma desgraça do c******, meu. Nem o [Roberto] Rosetti [responsável pelo Comité de Arbitragem da UEFA] foi capaz de dizer que não é. Nem vocês foram capazes. Vão-se f****. Idiotas de m****. Não têm p*** de vergonha na p*** da cara. Estão de parabéns, seus idiotas de m****", disse Mourinho, misturando palavras em inglês e italiano.

Nas decisões disciplinares hoje conhecidas, são várias as punições da UEFA relativas a incidentes na final da Liga Europa, com a Roma a ser ainda multada em 50.000 euros e proibida de vender bilhetes para o primeiro jogo fora, devido ao arremesso de objetos, pirotecnia e distúrbios dos adeptos.

A este valor acresce mais 5.000 euros, por conduta imprópria da equipa italiana, e a obrigatoriedade de contactar a Federação húngara, de modo a efetuar o pagamento pelos danos materiais causados pelos seus adeptos.

O clube, que tem o português Tiago Pinto como diretor desportivo, terá ainda de pagar mais 82.500 euros devido a infrações várias, desde pirotecnia, arremesso de objetos e passagens bloqueadas, no jogo das meias-finais em casa com o Bayer Leverkusen.

As penalizações decorrentes dessa meia-final obrigam ainda os italianos, que na próxima época vão disputar a fase de grupos da Liga Europa, a fecharem parte da tribuna norte e tribuna oeste do próximo jogo europeu, que resultará em menos 6.000 lugares.

Dessa meia-final, mas do jogo na Alemanha, resultaram, igualmente multas ao Bayer Leverkusen (num total de 43.000 euros), obrigado também a ‘encerrar’ parcialmente uma bancada de adeptos seus, com uma perda de 5.000 lugares.

Da final da Liga Conferência Europa, resultaram multas para o campeão West Ham (arremesso de objetos e invasão de campo) na ordem dos 58.000 euros e proibição de venda de bilhetes aos seus adeptos para o próximo jogo europeu fora, ficando um segundo suspenso por um período de dois anos.

Também a Fiorentina e o Basileia foram ‘castigados’, mas ainda em processo referente aos jogos das meias-finais entre ambos, com os italianos a terem multas de 34.000 euros e os suíços de 50.000 euros, estando ambos proibidos da venda de bilhetes a adeptos para o primeiro jogo enquanto visitantes.

*Artigo atualizado