Manchester United, treinado pelo português Ruben Amorim, e Tottenham preparam-se para assegurar uma final da Liga Europa de futebol 100% inglesa, quando defrontarem na quinta-feira Athletic Bilbau e Bodo/Glimt, respetivamente, na segunda mão das meias-finais.

A segunda prova europeia de clubes é uma verdadeira tábua de salvação para os dois clubes, afundados em posições subalternas na Liga inglesa, e os resultados do primeiro confronto abrem excelentes perspetivas a ambos: os ‘red devils’ venceram em Espanha por 3-0 e os ‘spurs’ impuseram-se em casa aos noruegueses, por 3-1.

O internacional português Bruno Fernandes foi o principal responsável pelo triunfo inesperado em Bilbau – pela dimensão que atingiu -, ao marcar dois golos, aos 37 minutos, de grande penalidade, e aos 45, depois de o brasileiro Casemiro ter inaugurado o marcador, aos 30.

O médio é um dos melhores marcadores da prova, com sete golos, em igualdade com o dinamarquês Kasper Hogh (Bodo/Glimt) e o marroquino Ayoub Kaabi (Olympiacos), e é nele que os adeptos depositam as maiores expectativas para que o United consiga repetir o único título na Liga Europa, alcançado em 2016/17, sob o comando técnico do português José Mourinho.

Para o Athletic, o sonho de erguer o primeiro título europeu em casa, no Estádio de San Mamés, em 21 de maio, ter-se-á esfumado aos 35 minutos da primeira mão das ‘meias’, quando Dani Vivian foi expulso por cometer grande penalidade sobre o dinamarquês Rasmus Hojlund, abrindo caminho a uma derrota, aparentemente, irrecuperável.

A conquista da Liga Europa traz consigo um bónus valioso, a presença na próxima edição da ‘Champions’, e se para o Athletic Bilbau isso até nem parece relevante, uma vez que ocupa o quarto lugar no campeonato espanhol, para a equipa de Ruben Amorim é inestimável.

O Manchester United vive a pior temporada de sempre desde a criação da Premier League, na qual ocupa o 15.º lugar, e o melhor a que pode aspirar é terminar o campeonato no 12.º, muito distante dos lugares de acesso às competições europeias e ainda mais relativamente à Liga dos Campeões.

O Tottenham está em situação idêntica, mergulhado na 16.ª posição da Liga inglesa, apenas dois acima da zona de despromoção (mas, tal como os ‘red devils’, sem possibilidade de lá cair), e só salvará a época com um terceiro título na prova, reeditando os sucessos na antecessora Taça UEFA em 1971/72 e 1983/84.

O triunfo na primeira mão, com golos de Brennan Johnson, logo no primeiro minuto, James Maddison, aos 34, e Dominic Solanke, aos 61, de grande penalidade, deixam os ‘spurs’ em boa posição para o segundo embate com o Bodo/Glimt, que reentrou na luta pelo apuramento com o tento de Ulrik Saltnes, aos 83.

O Tottenham estará também alertado para o desempenho do adversário, a primeira equipa norueguesa a atingir esta fase numa prova europeia, que derrotou o FC Porto (3-2) e o Sporting de Braga (2-1) na nova fase de liga e eliminou a Lazio, primeira classificada nesse minicampeonato, nos quartos de final.

Se Manchester United e Tottenham se encontrarem em Bilbau, é a terceira vez que o título será discutido entre equipas inglesas (a primeira aconteceu na edição inaugural, em 1971/72, com vitória dos ‘spurs’ sobre o Wolverhampton) e a 11.ª entre clubes do mesmo país, uma das quais foi exclusivamente portuguesa, em 2010/11, com triunfo do FC Porto sobre o Sporting de Braga, por 1-0.