Em fax enviado hoje de manhã à direcção do Nacional, o Marítimo expressou a sua concordância face às exigências do clube rival para a utilização do seu espaço desportivo, depois de, na véspera, uma fonte do clube ter considerado “vergonhosas” as condições impostas pelos “alvinegros”.

A deliberação do Nacional, enviada na quarta-feira ao presidente do Governo Regional e aos secretários regionais da Educação e Desporto e das Finanças, foi hoje debatida, mas o presidente do executivo madeirense, Alberto João Jardim, não se pronunciou sobre a polémica: “eles que se entendam”, limitou-se a dizer.

Também não foi possível falar com o presidente da direcção do Marítimo, Carlos Pereira, ausente no continente.

O Nacional vai disponibilizar o Estádio da Madeira ao Marítimo da Madeira SAD para a Liga Europa a troco de 25 mil euros por jogo e exigindo uma caução de 100 mil euros para compensar eventuais estragos.

O clube presidido por Rui Alves impõe que a organização logística de todo o espectáculo seja da sua responsabilidade, mantém os camarotes privados e reserva para si 54 dos 162 lugares do camarote presidencial, bem como a titularidade dos proprietários dos bares de apoio.

Também a receita do parque de estacionamento fica entregue ao Nacional, que reserva ainda a publicidade estática do estádio.
O Nacional pretende ainda que seja criada uma comissão de organização conjunta para os jogos, tendo já nomeado para o efeito Rui Sardinha e Margarida Camacho.

O clube presidido por Rui Alves cede ao Marítimo a responsabilidade pelas forças de segurança presentes no Estádio e o serviço de “catering” e bar da tribuna presidencial.

A questão nasceu com o apuramento, inesperado, do Marítimo à Liga Europa, numa ocasião em que o seu Estádio (Barreiros) está a ser alvo de uma profunda remodelação e, portanto, inapto perante as exigências da UEFA.

Ambos os estádios foram financiados pelo orçamento do Governo Regional da Madeira.