Impossibilitado de utilizar o Estádio dos Barreiros, por via das obras de remodelação que decorrem no recinto e que se irão prolongar até 2011, o Marítimo, através do seu presidente, avançou com a hipótese de a equipa actuar no Estádio da Madeira, propriedade do Nacional, mas construído com dinheiros públicos.

Carlos Pereira alega que os interesses da Região Autónoma estão acima dos interesses dos clubes e afirma mesmo que as responsabilidades assumidas, por via dos contratos-programa celebrados com o Governo Regional, “obrigam as colectividades a fazerem cedências”, quando estão em causa “interesses regionais”.

Neste caso, a participação europeia do Marítimo é, na óptica do líder maritimista, “um veículo de promoção da região, não fazendo por isso nenhum sentido que o clube tenha que recorrer a um estádio no continente para disputar os jogos”, até porque, segundo admitiu, jogar fora da Madeira “seria uma traição aos maritimistas, à Madeira e aos madeirenses”.

Por seu lado, o presidente do Nacional não vê com bons olhos a ideia lançada pelo rival e recusa ceder o recinto ao Marítimo.

Rui Alves mostrou-se mais indignado, depois de Carlos Pereira afirmar que a direcção do Nacional e respectivos sócios seriam convidados a estar presentes nos encontros da Liga Europa, a fim de apoiarem o Marítimo em casa própria.

“O Nacional não precisa de convites para entrar no seu estádio”, afirmou Rui Alves.

Quanto ao alegado interesse regional evocado por Carlos Pereira, o líder dos “alvinegros” foi peremptório: “A posição de não traição à Madeira ficou bem patente no que diz respeito ao posicionamento do presidente do Marítimo em termos de apoio a uma dos candidatos à presidência da Liga de Clubes”.

Rui Alves afirma ainda que a “traição à Madeira é evocada nuns casos e noutros não” e mostra ainda o descomprometimento do seu clube relativamente aos contratos-programa celebrados com o Governo Regional.

“O Governo Regional sabe muito bem aquilo que tem a fazer”.

Ouvido pela Agência Lusa, o secretário regional da Educação, que tutela a pasta do Desporto tem uma leitura clara sobre a situação.

Segundo Francisco Fernandes, “todos os contratos-programa que são feitos contêm direitos e obrigações, mas nunca foi preciso até hoje ir à letra do contrato para que alguma coisa se resolvesse. Acho que o interesse da Madeira está sempre em primeiro lugar e, neste caso, isso também irá acontecer”.

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