O milionário russo Roman Abramovich investiu muitos milhões no Chelsea, desde a sua chegada em 2003/2004, e tornou real o sonho de levar os “bleus” ao título europeu de futebol na época passada.
O Chelsea estava longe de ser um dos favoritos, ao contrário de outras épocas, nomeadamente na “era” José Mourinho, mas, surpreendentemente, e após afastar o Benfica, deixou pelo caminho o FC Barcelona e bateu na final o anfitrião Bayern Munique.
Quatro anos depois de perder a final da “Champions” para o Manchester United na “lotaria” dos penáltis, basicamente porque John Terry escorregou quando se preparava para dar o troféu ao Chelsea, os londrinos bateram os bávaros da mesma forma.
Nove anos depois, estava concretizado o sonho de Abramovich, responsável por o Chelsea ser hoje um dos principais clubes de Inglaterra e da Europa, à custa de uma série “interminável” de contratações milionárias.
Só nas duas primeiras épocas, o russo gastou mais de 320 ME, em jogadores como Drogba (37 ME), Ricardo Carvalho (30), Duff (26,5), Crespo (26), Veron (22,5), Paulo Ferreira (20), Makelele (20), Mutu (19), Robben (18), Scott Parker (14) e Petr Cech (13).
Nas temporadas seguintes, abrandou, mas continuou a dar “prendas” caras aos seus treinadores, contratando, entre outros, Shevchenko (46 ME), Essien (38 ME), Shaun Wright-Phillips (31,5), Obi Mikel (23,6) ou Bosingwa (20,5).
Ainda não era suficiente e Abramovich, 107.º mais rico do Mundo (com 10,2 biliões de euros, segundo a lista da Forbes de 2013), voltou a investir forte em 2010/2011: Fernando Torres custou 58,5 ME e, da Luz, chegaram David Luiz (30 ME) e Ramires (22).
Na época passada, Mata (26,7 ME), Lukaku (22) e Raul Meireles (13,5) foram os reforços mais caros, enquanto para 2012/2013 as grandes apostas chamaram-se Hazard (40) e Oscar (32) – entre compras e vendas, o prejuízo já ascende a mais de 700 ME, passando os 800 contando com as indemnizações aos treinadores.
Desportivamente, e desde a chegada do russo, os londrinos nunca falharam o apuramento para a Liga dos Campeões e só esta época não ultrapassaram a fase de grupos (primeiro campeão em título a não consegui-lo), depois de nove qualificações consecutivas, algo que compensaram com o apuramento para a final da Liga Europa.
Na “Champions”, os “blues” chegaram duas vezes à final (2007/2008 e 2011/2012), quatro às “meias” (2003/04, 2004/05, 2006/07 e 2008/09), uma aos “quartos” (2010/11) e duas aos “oitavos” (2005/2006 e 2009/2010), mostrando enorme regularidade junto aos “grandes” do “velho continente”.
Curiosamente, as finais chegaram em épocas em que Abramovich despediu um treinador português: em 2007/2008, trocou José Mourinho pelo israelita Avram Grant e, em 2011/2012, André Villas-Boas, que cumpriu sete jogos na campanha dos londrinos, pelo italiano Roberto Di Matteo.
Para não variar, a terceira final da sua “era” também já teve na “ementa” uma mudança de treinador, com o campeão europeu Di Matteo a ceder o lugar ao espanhol Rafael Benitez, numa altura em que já parece estar no horizonte o regresso de Mourinho.
O técnico luso levou os “blues” à conquista de dois títulos ingleses e à presença em duas meias-finais da “Champions”, ambas perdidas para o Liverpool, a primeira (2004/2005) por culpa de um golo “fantasma” do espanhol Luis Garcia e a segunda na “lotaria” (2006/2007).
Depois de sair do Chelsea, Mourinho fez do Inter de Milão campeão da Europa e do Real Madrid campeão de Espanha, no meio de intenso domínio do FC Barcelona, mas está de saída e o regresso a Londres parece um cenário provável.
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