O futebol português vai estar presente numa final europeia pela 16.ª vez, face ao apuramento do Benfica para o jogo decisivo da Liga Europa, marcado para quarta-feira, em Amesterdão, na Holanda.

Vinte e três anos após a última participação, o clube da Luz volta a representar Portugal numa final e a ter a maioria absoluta em termos de presenças lusas, ao somar a nona, contra as oito de todos os outros clubes em conjunto.

Apesar de ter estado em mais finais, o Benfica não é o clube com mais triunfos, pois só ganhou as duas primeiras, da Taça dos Campeões (1960/61) e (1961/62), enquanto o FC Porto soma quatro sucessos, em apenas cinco presenças.

Ao contrário dos “encarnados”, os “dragões” começaram a perder, a Taça das Taças de 1983/84, mas, depois disso, ganharam a Taça dos Campeões de 1986/87, a Taça UEFA de 2002/2003, a Liga dos Campeões de 2003/2004 e a Liga Europa de 2010/2011, esta face ao Sporting de Braga, na única final 100 por cento lusa.

Além de Benfica, FC Porto e Sporting de Braga, também o Sporting esteve em finais, mais precisamente duas, tendo ganho a primeira, a Taça das Taças de 1963/64, e perdido a Taça UEFA de 2004/2005.

Os “encarnados” selaram a primeira final do futebol luso em 1960/61 e ganharam: depois de cinco títulos do Real Madrid, o Benfica acabou com a hegemonia espanhola, ao vencer o FC Barcelona por 3-2, em Berna, onde brilharam José Águas e Coluna.

Na época seguinte, a formação da Luz defendeu o título da melhor forma e selou o “bis” em Amesterdão, ao vencer o Real Madrid por 5-3, com dois golos do “Pantera Negra” Eusébio a fechar, ele que, aos 19 anos, disputava a sua primeira final.

Os “encarnados” falharam o “tri” em 1963/64, ao caírem por 2-1 face ao AC Milan, em Wembley, e, na época seguinte, foi a vez de o Sporting chegar a uma final, da Taça das Taças, que arrebatou ao segundo jogo, decidido com o célebre “cantinho de Morais”, um canto direto que superou os húngaros do MTK Budapeste.

Não houve quatro sem cinco, já que o futebol português voltou a uma final em 1964/65, de novo pelo Benfica e com mais uma derrota frente a italianos, desta vez o Inter de Milão, vencedor por 1-0 em San Siro, onde Costa Pereira não acabou o jogo, lesionado.

Três anos volvidos, o Benfica selou a sexta presença lusa numa final da década de 60 e voltou a não conseguir vencer, cedendo desta vez perante o Manchester United, que ganhou por 4-1, após prolongamento, bem perto de casa, em Wembley.

Foi, então, preciso esperar 15 anos por nova presença lusa numa final, de novo obra do Benfica, derrotado na Taça UEFA em dois jogos, pelo Anderlecht: 0-1 em Bruxelas e 1-1 na Luz, “gelada” por um tento de Lozano, depois de Shéu ter empatado o confronto.

Na época seguinte, em 1983/84, foi a vez de o FC Porto inscrever o seu nome numa final: 20 anos depois do Sporting, os “dragões” não conseguiram, porém, arrebatar a Taça das Taças, ao perderem com a Juventus por 2-1. De nada vale o tento de António Sousa.

Os “azuis e bancos” só demoraram três anos a voltar a uma final e, desta vez, venceram, selando o terceiro triunfo português na Taça dos Campeões, face ao Bayern Munique, batido (2-1) pela magia do calcanhar de Madjer e um tento de Juary, oferta do argelino.

No ano seguinte, o Benfica, que não disputava a final da principal competição há 20 anos, voltou, mas não conseguiu, uma vez mais, triunfar, cedendo a 10.ª final do futebol nacional na “lotaria”, por 6-5. Doze atiraram, só Veloso falhou.

As “águias” não se deram por vencidas, e, apenas duas épocas depois, disputaram novamente o título europeu, só que o resultado foi a sexta final perdida, na ocasião perante um AC Milão muito poderoso, de Gulit, Van Basten e Rijkaard, que selou o 1-0.

Seguiu-se um vazio de 13 anos, que acabou em 2002/2003, obra do FC Porto, de José Mourinho, vencedor da Taça UEFA em Sevilha, por 3-2, após prolongamento, face ao Celtic, derrubado pelo segundo tento do brasileiro Derlei.

Na época seguinte, os “dragões”, ainda sob o comando do atual técnico do Real Madrid, fizeram ainda melhor, ao vencerem a Liga dos Campeões, após a final mais tranquila do futebol português, frente a um AS Mónaco que nem assustou (3-0).

Em 2004/2005, e pelo terceiro ano consecutivo, Portugal repetiu presença numa final, a segunda do Sporting, que não aproveitou o privilégio de jogar em “casa” e a vantagem de que dispunha ao intervalo e caiu por 3-1, perante o CSKA Moscovo.

Melhor ainda foi a “colheita” de 2010/2011, já que o futebol luso teve três representes nas meias-finais da Liga Europa e logrou a primeira final 100 por cento lusa. Em Dublin, o colombiano Falcao decidiu a favor do FC Porto, face ao estreante Sporting de Braga, que afastara o Benfica.