O Sporting precisa quinta-feira de muita inspiração, de uma noite perfeita, para dar a volta ao 2-0 sofrido no reduto dos alemães do Wolfsburgo e alcançar os oitavos de final da Liga Europa em futebol.
A equipa ‘leonina’ terá de contrariar as estatísticas das competições europeias, que indicam que um resultado de 0-2 na primeira mão só raramente é virado, e o poderio de um adversário a atravessar um grande momento de forma e que se sente muito confortável a jogar em contra-ataque.
Com dois golos de desvantagem, o Sporting está obrigado a assumir a despesa do jogo, mas terá que o fase mantendo o equilíbrio, de modo a não se expor em demasia para não sofrer um golo que obrigaria a marcar quatro, perante uma equipa alemã cujo ponto forte são as transições ofensivas.
O Wolfsburgo está em segundo lugar na ‘Bundesliga’, com 47 pontos, menos oito do que o ‘inacessível’ Bayern Munique e mais 10 face ao Borussia Mönchengladbach, e não perde há 12 jogos – a sua última derrota ocorreu a 27 de novembro (0-2 com o Everton) –, pelo que tem os níveis de confiança em alta.
Mais do que todos, destaque para o avançado holandês Bas Dos, que ‘escreveu’ o resultado da primeira mão e soma 11 tentos nos derradeiros seis jogos, mais precisamente desde o regresso do campeonato germânico, no final de janeiro.
O grande desafio do Sporting será ser capaz de atacar com critério e suficiente contundência para fazer mossa na defesa germânica e, ao mesmo tempo, condicionar as perigosas saídas do Wolfsburgo, de modo a evitar lances como aqueles que resultaram nos dois golos da primeira mão e em mais um par de oportunidades. Valeu, então, Rui Patrício.
O Sporting conseguiu fazer isso na primeira parte em Wolfsburgo, ao controlar a bola, que raramente perdeu, e beneficiar de algum défice de agressividade dos alemães na pressão para a recuperar, o que impediu estes de efetuarem as rápidas transições ofensivas em que são letais.
Em relação ao jogo na Alemanha, o Sporting precisa também de ser mais contundente e eficaz no último terço do campo, não desperdiçando hipóteses como as de Carrillo e João Mário, de modo a chegar primeiro ao golo e pressionar mais os alemães.
O regresso de William Carvalho, após castigo, confere outra solidez e capacidade de comando ao meio-campo do Sporting, e o fantástico golo de Nani frente ao Gil Vicente pode ter o condão de lhe restituir a confiança que perdera, sabendo-se a influência que tem na manobra ofensiva, enquanto a ausência de Slimani pesa muito no ataque, pela sua agressividade, combatividade, poder de choque, jogo aéreo, técnica de cabeceamento e faro de golo.
Sem ele, o Sporting fica sem referência na área e não consegue retirar o máximo da qualidade de jogo dos extremos Nani e Carrillo (ou Mané), e é obrigado a mudar a sua forma de atacar para a adaptar às características de Montero, com perda de poder ofensivo.
Em síntese, a margem de manobra do Sporting é muito estreita para recuperar uma desvantagem de dois golos perante um adversário tão forte como o Wolfsburgo, o que implicará fazer uma exibição a roçar a perfeição.
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