O Benfica ficou hoje com a “fava” no sorteio das meias-finais da Liga Europa, que colocou no caminho da equipa lisboeta a poderosa Juventus, grande dominadora do futebol italiano nos últimos anos.
O clube português, finalista vencido no ano passado, tentará impedir que o conjunto de Turim dispute em casa a final da prova, marcada para o seu estádio, a 14 de maio, mas a tarefa de eliminar a “velha senhora” não é desconhecida dos “encarnados”.
Na época 1967/1968, sob a “batuta” de Eusébio, o Benfica eliminou a Juventus nas meias-finais da Liga dos Campeões, falhando depois a conquista do terceiro título europeu, ao perder no jogo decisivo, em Wembley, com o Manchester United, por 4-1, após prolongamento.
Na primeira “mão”, a 09 de maio de 1968, José Torres e Eusébio marcaram na segunda parte os golos da vitória benfiquista, por 2-0, que teve reedição uma semana mais tarde, em Turim, graças a novo remate certeiro do “pantera negra”.
Os transalpinos tiveram oportunidade de se desforrar 25 anos mais tarde, afastando o Benfica nos quartos de final da Taça UEFA de 1992/1993, na última vez que as duas equipas se encontraram nas provas europeias.
O Benfica voltou a entrar bem na eliminatória, ao vencer por 2-1 em Lisboa graças a um “bis” de Vítor Paneira, tendo Gianluca Vialli marcado o golo da Juventus, que depois se impôs em Turim por 3-0, com tentos do alemão Jurgen Kohler, Dino Baggio e Fabrizio Ravanelli.
Em vésperas da 14.ª presença nas meias-finais das provas continentais, o Benfica repete pela primeira vez o adversário nesta fase da prova, da qual seguiu por nove vezes para a final (sete na Taça dos Clubes Campeões Europeus, uma na Taça UEFA e uma na Liga Europa).
O confronto entre portugueses e italianos coloca frente-a-frente os líderes destacados dos respetivos campeonatos, enquanto o outro embate opõe o Sevilha ao Valência, garantindo a presença de uma equipa espanhola em Turim.
Tal como o Benfica, a Juventus começou a época na Liga dos Campeões, mas foi surpreendida pelo Galatasaray, terminando atrás dos turcos num grupo dominado de forma incontestada pelo Real Madrid, liderado pelo avançado português Cristiano Ronaldo.
O percurso do bicampeão italiano tem sido bem melhor na Liga Europa, na qual deixou pelo caminho, sucessivamente, os turcos do Trabzonspor, os compatriotas da Fiorentina e os franceses do Lyon, tendo vencido cinco jogos e empatado apenas um.
A equipa de Turim possui uma equipa composta por jogadores experientes, começando logo pelo “histórico” guarda-redes Gianluigi Buffon, que está no clube há 13 anos, atrás de uma defesa muito sólida, liderada por Giorgio Chiellini.
Grande parte do jogo ofensivo passa pelo “estratego” Andrea Pirlo, que, aos 34 anos, continua a ser o “motor” do meio campo, coadjuvado pelo francês Paul Pogba e o chileno Arturo Vidal, enquanto o ataque vive do talento do argentino Carlos Tévez e da eficácia do espanhol Fernando Llorente.
Com 29 títulos conquistados, o domínio da “Juve” em Itália não é um fenómeno recente e os transalpinos também têm deixado a sua marca na Europa, como bem sabe o FC Porto, que perdeu a final da Taça das Taças de 1983/1984, ao perder por 2-1 em Basileia.
Além daquele sucesso, a Juventus, tal como o Benfica, já conquistou dois títulos europeus (1985 e 1996), três na Taça UEFA/Liga Europa (1977, 1990 e 1993), duas supertaças europeias (1984 e 1996) e duas taças intercontinentais (1985 e 1996).
Um obstáculo difícil no caminho da segunda final consecutiva do Benfica, que perdeu a última por 2-1 frente ao Chelsea, em Amesterdão, numa fase final de época desastrosa, na qual cedeu também o título nacional para o FC Porto e perdeu a final da Taça de Portugal perante o Vitória de Guimarães.
O jogo primeira mão entre o Benfica e a Juventus realiza-se a 24 de abril, no Estádio da Luz, em Lisboa, enquanto a segunda partida está agendada para 01 de maio, em Turim.