Tiago Ilori chegou ao Bordéus no final de agosto e, depois de ultrapassar uma lesão, não perdeu tempo a impor-se na Liga francesa. Depois de três jogos como titular e já um golo marcado, o defesa português, de 21 anos, espera finalmente afirmar-se e convencer os responsáveis do Liverpool, que o voltaram a ceder, depois de alguns meses no Granada em 2013/14. Em entrevista ao SAPO Desporto, o internacional sub-21 assegura ainda que o melhor está para vir.

- Que balanço faz do seu primeiro mês no Bordéus?
É um balanço positivo. Quando cheguei tinha acabado de recuperar de uma lesão, mas eles queriam que fizesse mais duas semanas de recuperação. Desde que estou a treinar e a jogar sinto-me bem, mas, pessoalmente, não estou ainda a cem por cento. No entanto, creio que vou lá chegar rapidamente.

- O Bordéus segue no segundo lugar, a dois pontos do líder Marselha. É um arranque que supera as vossas próprias expectativas?
Não é tanta a surpresa do facto de estarmos em segundo lugar, a maior surpresa são os resultados do PSG. Teoricamente, e não só este ano, eles são superiores a todas as equipas. Contra o resto das equipas podemos sempre lutar para ganhar, mesmo com o PSG, pelo que não vejo nenhuma razão para não irmos jogar taco a taco com qualquer adversário.

- Chegou a Bordéus já com o campeonato a decorrer e rapidamente conquistou um lugar na equipa. Sentiu que era uma aposta forte do técnico Willy Sagnol?
Sim. Sou sincero e cheguei já com algumas garantias de que iria jogar, até porque é um empréstimo sem opção de compra do Liverpool. Tinha expectativas de jogar.

- Jogos a titular, boas exibições, um golo… Sente-se satisfeito com este início de aventura em França?
Sinceramente, esperava sentir-me melhor com as minhas exibições. Acho que posso fazer muito melhor. É verdade que os golos ajudam, mas até penso que tenho entrado algo lento nos jogos. Não conhecia bem a liga, mas sinto que posso fazer mais. É por isso que não estou ainda cem por cento feliz, pois esta é uma época de afirmação para mim.

- Com 21 anos já jogou em Portugal, Inglaterra e Espanha. Como tem sido a adaptação a um campeonato diferente?
É diferente. Em Espanha era fácil de comunicar com os meus colegas, em Inglaterra mais fácil ainda porque falo inglês. Aqui é que se torna mais complicado. Há jogadores brasileiros e alguns dos outros falam inglês, mas o meu colega do lado não fala e isso complica um bocado. É a maior dificuldade que temos tido. De resto, temos de nos adaptar sempre.

- Depois do empréstimo ao Granada no ano passado esperava ter ficado este ano no Liverpool?
Sempre foi o meu objetivo e se acontecesse mais rápido era melhor, mas senti quando cheguei ao Liverpool que era difícil. Quando cheguei tinha perdido a pré-época e depois estive várias semanas a recuperar de uma mão partida. Quando comecei a intensidade os meus colegas era tão alta que eu estava num nível baixo. Sabia que ia precisar de tempo para me adaptar. O objetivo era eu ficar no Liverpool, mesmo com poucas oportunidades na equipa, mas depois achei que os últimos seis meses da última temporada e nesta época o empréstimo era uma boa ideia. Se tivesse ficado no Liverpool tinha ficado atrasado. Vir para cá dá-me a possibilidade de fazer 30 ou mais jogos.