A Justiça francesa abriu uma investigação ao Paris Saint-Germain sobre alegada discriminação racial. O gigante parisiense é suspeito de violar as leis antidiscriminação, ao contratar jogadores baseado no seu perfil racial.
Esta alegada prática foi divulgada pela primeira vez pelo site de investigação 'Mediapart', de acordo com dados recolhidos pelo 'Football Leaks'. Entre 2013 e 2014, o emblema francês classificou por etnias os jovens futebolistas em avaliação pelo departamento de recrutamento.
Os jogadores eram classificados de ‘magrebinos’, ‘antilhanos’, ‘africanos’ e ‘franceses’, confirmou à agência AFP fonte próxima do clube parisiense. A informação foi, posteriormente, confirmada pelo campeão francês, em comunicado, mas com o clube a justificar que se tratou “de uma iniciativa pessoal do responsável daquele departamento” de recrutamento. Na altura, os campeões franceses abriram “um inquérito interno” mas acabaram por concluir que não havia qualquer prova sobre a alegada discriminação racial.
Nos formulários, o clube tinha um retângulo para tipificar a origem das possíveis contratações, e que para os franceses existia ainda a possibilidade de acrescentar se se tratava de um jogador de raça branca.
De acordo com Serge Fournier, prospetor de jogadores para o clube na Normandia, a razão tinha a ver com o facto de não se saber a idade dos jogadores nascidos no continente africano.
O site Mediapart faz alusão a uma reunião de março de 2014, em que um dos responsáveis pelas contratações, Marc Westerloppe, terá dito que existia um “problema de estratégia do clube”, com falta de equilíbrio, “com muitos jogadores das Antilhas e africanos”.
Westerloppe já contestou as declarações, mas a publicação adianta que a reunião terá levado o clube parisiense a chamar o responsável para o repreender, embora este não tenha sido sancionado.
O PSG terá pedido o apoio de Malek Boutih, presidente do SOS Racismo, e o dirigente reconheceu a existência de “um problema real”, mas que existia um desconhecimento da direção em relação aos formulários.
O presidente do Rennes e diretor desportivo do PSG à data dos acontecimentos, Olivier Létang, já disse estar “profundamente chocado e magoado”.
“No âmbito das minhas responsabilidades no PSG, os objetivos para contratar na formação nunca mudaram: encontrar os melhores jogadores jovens, para, eventualmente, evoluírem para profissionais. Foi esta a minha única motivação no PSG, como em todos os clubes por onde passei”, sublinhou Létang.
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