O português Paulo Sousa pretende ajudar a fazer 'renascer' o Bordéus, um "monstro adormecido" que terá de passar por uma reestruturação antes de voltar a lutar por títulos no futebol francês, que vai contar com três técnicos lusos.
"Foi a primeira vez que tomei a decisão de entrar num projeto quase no final de um campeonato", afirmou o antigo internacional português, que lidera os girondinos desde março, em entrevista à agência Lusa.
Identificadas as "dificuldades" de um plantel no qual faltavam intervenientes capazes de explanar o futebol idealizado pelo treinador, o Bordéus terminou a Liga francesa na 14.ª posição e ainda se encontra numa fase prematura da sua recuperação enquanto um dos principais emblemas gauleses.
"Encontrei em alguns jogadores potencial maior do que tinha analisado inicialmente e noutros menos. É um clube em transformação, um monstro do futebol mundial, adormecido, que necessita de uma reestruturação e fundações muito fortes. Nestes meses, procurámos identificar as prioridades, que nos permitam competir ao nível da história do clube", analisou.
De resto, Paulo Sousa foi perentório quanto a uma presença nas competições europeias a curto prazo: "O que falámos, antes de eu assinar, não é para chegar a um espaço europeu já na próxima época. Estamos atrasados em relação a outras equipas. É um clube que foi comprado há pouco tempo e o estofo económico para esta época é muito curto. Foram muito claros a transmitir-me isso."
O técnico, de 48 anos, referiu que "não bastam dois ou três meses" para recuperar o Bordéus e deu mesmo o exemplo do Benfica, que "passou vários anos a reestruturar-se" para alcançar os "resultados à imagem da grandeza do clube".
A próxima edição do campeonato francês contará com três treinadores portugueses, já que a Paulo Sousa e Leonardo Jardim, este no Mónaco, juntar-se-á André Villas-Boas, novo 'timoneiro' do Marselha e que, segundo o antigo médio, "vai ajudar a subir o nível" dos marselheses.
"O treinador português é supercriativo, com capacidade para ultrapassar as dificuldades. Somos muito evoluídos e competitivos. Acredito que o André vai aumentar a qualidade, apesar de todas as dificuldades que o projeto do Marselha lhe vai trazer", referiu à Lusa.
Se Mourinho foi "o grande protagonista a abrir as portas do mercado da Europa ao treinador português", Leonardo Jardim também contribuiu em França, "pelos resultados que atingiu", inclusive com a conquista de um campeonato, em 2017.
Com passagens por Itália, como jogador e treinador, Paulo Sousa comentou também a chegada de Paulo Fonseca à Roma, considerando que o antigo técnico do Shakhtar Donetsk vai "crescer ainda mais" na 'Serie A'.
"É um país muito exigente, onde vai ter colegas que o vão ajudar a crescer, que criam dificuldades jogo após jogo, treinadores muito detalhistas. Espero que tenha o maior sucesso e que comprove, mais uma vez, o sucesso dos nossos treinadores", salientou o antigo futebolista de Benfica, Sporting, Juventus, Borussia Dortmund, Inter Milão, Parma, Panathinaikos e Espanyol.
Comentários