O treinador do Marselha, o português André Villas-Boas, considerou que o cancelamento do campeonato francês de futebol anunciado hoje, devido à pandemia de covid-19, foi “uma decisão completamente lógica”.

Citado na edição online do jornal francês L’Equipe, o antigo técnico do FC Porto e Académica defende que é “muito cedo para retomar os treinos”.

"Penso que é uma decisão completamente lógica, porque é muito cedo para retomar os treinos. As condições de recuperação e, em particular, o protocolo estabelecido pelos médicos, foram muito difíceis de implementar. Eu acho que isso é uma coisa boa e vai na direção do respeito que devemos ter pelas vítimas deste vírus, em França e no mundo”, referiu o treinador do segundo classificado da ‘ligue 1’.

Villas-Boas, de 42 anos, lembra que a situação atual “levanta outros problemas aos clubes, um dos quais decisivo e económico, como os direitos televisivos”.

“A sobrevivência dos clubes também depende disso [direitos televisivos]. Mas a decisão do governo é lógica e respeitosa com o que estamos a viver neste momento. O mais importante é a saúde, proteger todos e as decisões do governo vão nessa direção. Todos devem estar cientes do momento dramático que estamos a viver”, concluiu.

A Liga Francesa de Futebol (LFP) tinha como plano o regresso aos jogos, ainda que à porta fechada, em 17 de junho, terminando em 25 de julho, uma possibilidade que parece gorada perante as declarações de hoje do primeiro-ministro.

O objetivo seria, também, terminar o campeonato doméstico antes do regresso das competições europeias, que a UEFA estima que possam decorrer em agosto, e dar várias semanas de treino aos jogadores no regresso.

Quando faltam 10 rondas para o fim, o Paris Saint-Germain está, com menos um embate disputado, 12 pontos à frente do segundo, o Marselha, do português André Villas-Boas.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou cerca de 212 mil mortos e infetou mais de três milhões de pessoas em 193 países e territórios.

Mais de 832 mil doentes foram considerados curados.

Em Portugal, morreram 948 pessoas das 24.322 confirmadas como infetadas, e há 1.389 casos recuperados, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.