O Matchedje de Mocuba, um clube do centro de Moçambique, que se vai estrear na principal prova futebolística moçambicana, decidiu transformar os seus atletas em soldados para garantir salários para a nova temporada do Moçambola.
"A medida visava garantir salários aos jogadores e, tendo em conta que o Ministério da Defesa não pode pagar salários a pessoas que não são militares, decidimos transformar os nossos atletas em militares. A medida foi bem recebida", disse à Lusa Carlos Pinho, presidente do Clube do Matchedje de Mocuba, na província da Zambézia, centro de Moçambique.
Os atletas da equipa vivem num quartel e obedecem todas as regras exigidas aos militares, embora não precisem "pegar em armas ou irem ao terreno para operações".
"A arma deles é a bola. Mas todos foram submetidos a uma instrução básica militar entre novembro e janeiro, e juraram defender a bandeira", afirmou Carlos Pinho.
Apesar de estar já resolvida questão do salário dos jogadores, a equipa tem ainda o desafio de reabilitar o seu próprio campo em Mucuba, a 156 quilómetros da capital provincial da Zambézia (Quelimane).
"Estamos a envidar esforços para a reabilitação do Estádio Migre Pires, evitando assim que tenhamos de acolher os jogos em Quelimane. Já temos fundos e todos os acordos assinados, mas com a eclosão do novo coronavírus tudo foi adiado", acrescentou.
O Matchedje de Mocuba sagrou-se no ano passado ser campeão na Divisão de Honra, na Zona Centro, o que garantiu ao clube a qualificação para o Moçambola-2020, a maior prova futebolística moçambicana.
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