Ao contrário das selecções europeias, as africanas vivem muita ansiedade no período final do jogo e esquecem-se que o desafio só acaba após o apito final, disse o ex-seleccionador nacional sub-17 Languinhas Simão.

Falando à Angop sobre a “doença” de que enferma as selecções africanas (exceptuando-se a Nigéria) derrotadas na 1ª jornada do Mundial da Rússia, nos minutos finais regulamentar ou do tempo extra, incluiu às causas, o desequilíbrio emocional estimulado pela ansiedade de terminar o desafio.

“Falta de concentração, equilíbrio emocional. Vivemos muito o período final”, disse, verificando comportamento diferente dos europeus que conseguem manter os níveis de concentração emocionais do primeiro ao último minuto.

Comentando o jogo em si, destacou a estratégia da Tunísia de alternar o sistema táctico 4x4x2, defensivamente, desdobrando com o 4x5x1, com bloco baixo, as linhas juntas, que impendia a selecção inglesa de penetrar na defesa.

Ofensivamente, a Tunísia tentava sair para o ataque rápido ou contra-ataque, razão pela qual o golo da Inglaterra só surgiu em situação de bola parada, onde os africanos pecaram por faltar-lhes o sentido de marcação na zona de finalização.

Notou uma “boa” reacção dos tunisinos ao golo sofrido, que arriscou mais, adiantou suas linhas, dando mais espaço à Inglaterra, e, ao explorar o jogo em profundidade, chegou ao golo da igualdade, aos 22 minutos, na marcação de uma grande penalidade “bem assinalada”.

Referiu que após o golo, a Tunísia recuo às suas linhas para jogar ao erro do oponente e evitar uma surpresa inglesa que jogou no 3x4x3, sistema táctico que permite os laterais serem “bastantes ofensivos” e os extremos entrarem mais para zona interior dando, assim, mais soluções de passes.

O “filme” da 2ª parte resumiu assim: “o quadro não alterou, vimos uma Inglaterra mais ofensiva, criou várias situações ofensivas, mas sem conseguir concretizar. A Tunísia foi sempre uma equipa reativa, tentendo sair em algumas situações esporádicas mas sem perigo, numa situação de bola parada, já no período de descontos, a Tunísia voltou a sofrer um golo”.