Jenni Hermoso desmentiu hoje a versão dada pelo presidente da Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF), assegurando que “em nenhum momento” consentiu o beijo que recebeu na boca, e, juntamente com as campeãs do Mundo, recusa ser convocada.

“Quero esclarecer que, em nenhum momento, consenti o beijo que ele [Luis Rubiales] me deu e em nenhum caso procurei levantar o presidente. Não tolero que a minha palavra seja questionada e muito menos que se inventem palavras que eu não tenha dito", esclareceu Hermoso, na nota divulgada pelo sindicato das futebolistas espanholas (FUTPRO).

O comunicado divulgado na rede social Twitter é assinado por 56 futebolistas, entre as quais as 23 campeãs do Mundo pela ‘roja’, que recusam voltar a ser convocadas enquanto os atuais dirigentes se mantiverem nos cargos.

Hoje, Luis Rubiales afirmou repetidamente que não se demite, na sequência do beijo na boca que deu à futebolista Jenni Hermoso, nas celebrações, no domingo, do título mundial feminino de Espanha, e disse ainda que esse o beijo foi consentido, uma versão agora desmentida pela atleta, de 33 anos.

Ao contrário do que se esperava, Rubiales não apresentou hoje a demissão na Assembleia Geral extraordinária do organismo, na sequência da polémica que o gesto desencadeou, com vários quadrantes a acusarem o dirigente de abuso e sexismo.

“Não me vou demitir, não me vou demitir”, disse, acusando membros do governo, a imprensa e várias personalidades de lhe quererem fazer “um assassinato de caráter”, acrescentando que irá processar quem o acusou de “violência sexual”.

O dirigente foi aplaudido pela Assembleia, na qual se encontrava o selecionador feminino Jorge Vilda.

“Quem me conhece sabe que vou lutar até ao final”, acrescentou.

Uma onda de ‘choque’ seguiu-se ao anúncio Luís Rubiales, com inúmeros atletas e personalidades a mostrarem-se descontentes com o dirigente.