Um, dois, três. Assim se contam as vidas do Estádio Joaquim Américo Guimarães, mais conhecido no Brasil como o popular Arena da Baixada. O grande recinto de Curitiba, a capital do estado do Paraná e ‘casa’ do Atlético Paranaense, é um dos palcos do próximo Campeonato do Mundo, no qual se vão realizar quatro jogos da primeira fase (Irão-Nigéria, Honduras-Equador, Austrália-Espanha e Argélia-Rússia).
Como quase todos os estádios para o próximo Campeonato do Mundo, também este sofreu atrasos e apenas em maio passou para a alçada da FIFA. Porém, contrariamente à maioria, a Arena da Baixada – com capacidade para cerca de 41 mil espetadores - não é um projeto integralmente novo, mas sim uma renovação de uma obra que já existia no bairro Água Verde da capital paranaense. Apesar dessa diferença, o resultado final não deixou de se traduzir num gasto de cerca de 106 milhões de euros. Só para o Mundial este custo representa 26,5 milhões de euros por cada um dos quatro desafios agendados para o recinto.
Construído originalmente em 1914, a Arena da Baixada nasceu da visão de Joaquim Américo Guimarães, o presidente do Internacional Foot-ball Club, clube que daria lugar anos mais tarde ao Atlético Paranaense. Para o dirigente, o terreno da Baixada era o local certo para fazer crescer o futebol no Estado do Paraná e foi assim que surgiu há cem anos o estádio. O homem sonhou, a obra nasceu.
Entre 1934 e 1987, a Arena da Baixada funcionou sempre como a casa do maior clube paranaense. O emblema “divorciou-se” então durante seis anos da sua casa, utilizando o Estádio do Pinheirão como alternativa. Seguiu-se uma fase de alguma indefinição nos anos 90 até à decisão de se avançar para uma profunda remodelação que viria a ficar concluída em 1999. De estádio quase centenário a um dos mais modernos da América do Sul foi um passo que durou dois anos a ser dado.
A segunda vida começou com a inauguração vitoriosa do Atlético Paranaense diante do Cerro Porteno, com o brasileiro Lucas a assinar o primeiro golo na nova Baixada. Contudo, o plano da obra nunca chegou à sua conclusão. Essa só se tornou viável com a oportunidade dada pela organização do Campeonato do Mundo.
Assim, a curta segunda vida da Arena da Baixada chegou ao fim em 2012 para se proceder à renovação e conclusão das infraestruturas. O que estava previsto ficar pronto em dezembro de 2013 arrastou-se até meados deste ano. Com efeito, o jogo de teste mais a sério ocorreu há pouco mais de duas semanas, no dia 14 de maio, com uma partida entre o Atlético Paranaense e o Corinthians, com os forasteiros a ‘estragarem a festa’, ao vencerem por 2-1. No recinto estiveram 30 mil pessoas, já que largas zonas do estádio continuavam ainda sem cadeiras e sob os acabamentos finais dentro e fora das instalações.
O Mundial abre de forma oficial a terceira vida da Arena da Baixada e nela marcará presença um português: Carlos Queiroz, a liderar o Irão no embate com a Nigéria.
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