O jornalistas espanhóis que acompanham a seleção portuguesa de futebol no Mundial2018 revelaram-se hoje incrédulos com os acontecimentos da equipa espanhola, que levaram à destituição de Julen Lopetegui a dois dias do jogo com Portugal.
"Assombro total. Uma bomba que caiu na seleção e que era inimaginável, anda para mais com a trajetória da seleção que era só sucesso desde que Lopetegui pegou na ‘roja'. Um incomodo. Deixar a seleção a 48 horas de começar o mundial é inaudito", disse à Lusa Alejandro Rodriguez, repórter da televisão nacional TVE.
Luis Mora, da rádio Cadena Ser, manifestava a mesma estupefação, dizendo que "é incrível” o que aconteceu.
“A dois dias de começar o mundial? Primeiro a notícia da contratação de Lopetegui pelo Real Madrid e agora a sua destituição. As pessoas ficam perturbadas. Isto não parece sério", disse.
Na terça-feira o Real Madrid anunciou Julen Lopetegui, treinador do FC Porto entre 2014 e 2016, sem qualquer troféu, como substituto do tricampeão europeu Zinedine Zidane, e hoje o espanhol foi destituído pela federação.
A dois dias estreia frente a Portugal, num grupo que conta ainda com o Irão de Carlos Queiroz e Marrocos, o jornalista entende que "a experiência dos jogadores vai ser a chave do desempenho da Espanha".
"A base dos jogadores é do Real Madrid e do FC Barcelona. São muito experientes, passaram por muitos problemas nas suas equipas. No jogo devem mostrar qualidade, a sua veterania e personalidade. Oxalá pensem assim, ou podemos fazer o ridículo", assumiu.
Luis Mora acha que esta foi uma "contratação de urgência" - "não tem o currículo de Ancelotti ou Mourinho e nunca ganhou nada em clubes" - a federação fez o que devia: "Se há um selecionador que não pensa na Espanha a 100 por cento, para é que o queremos?".
O repórter considerou ainda que a chegada de Lopetegui pode ser "boa para Cristiano Ronaldo, uma vez que ambos são representados pelo mesmo agente, Jorge Mendes".
"Certamente que já lhe ligou a falar sobre isso. Face à amizade, talvez lhe diga que continue e que vai correr tudo bem", completou.
Já Alejandro Rodriguez defende que "este não podia ser o pior momento" para esta situação, considerando que o maior problema foi mesmo a "comunicação".
"O Real Madrid fez o que tinha a fazer, contratar um treinador. Agora este divórcio, depois anos de um projeto que está prestes a culminar, é incrível", lamentou.
O jornalsita da televisão Media 7 fala em "surpresa absoluta" mas adverte que "falar de traição ou uma coisa gravíssima é um exagero".
"É uma surpresa absoluta e verdadeiramente inoportuno, mas é normal um técnico pensar num clube após o Mundial. O Real Madrid. A federação teve um discurso moral justo. Se o líder não respeita a seleção e a equipa nacional, então este divórcio era a única saída", completou.
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