O Brasil vai participar no Campeonato do Mundo de futebol de 2022 "exclusivamente" concentrado no desempenho desportivo, disse hoje o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), em resposta às polémicas em torno da competição no Qatar.
"Estamos focados exclusivamente no que pode acontecer dentro de campo. Respeitamos todas as outras causas e entendemos a opinião de todos", sublinhou Ednaldo Rodrigues, em declarações aos jornalistas, antes do primeiro treino da 'canarinha' em Doha.
Desde que foi escolhido pela FIFA para organizar o evento, em 2010, o Qatar tem sido alvo de fortes críticas, que se intensificaram à medida que se aproximou o início do evento, em particular sobre os direitos dos trabalhadores migrantes ou pessoas LGBTQ+.
"É outro país, temos de respeitar a cultura dele. Respeitamos todas as reivindicações, mas a CBF só pretende se pronunciar sobre futebol", vincou o dirigente brasileiro.
Várias seleções europeias, como Alemanha, Inglaterra e Dinamarca, anunciaram em setembro que seus respetivos capitães vão usar uma braçadeira com listas coloridas no Qatar a favor da inclusão e contra a discriminação, como parte de uma iniciativa chamada "Um amor".
Mas a FIFA, que apelou a todos para se "focarem no futebol", reagiu, oferecendo as suas próprias braçadeiras com mensagens consensuais para tentar ofuscar este projeto.
No sábado, o líder da entidade que rege o futebol mundial, Gianni Infantino, condenou a "hipocrisia" das críticas ocidentais ao Mundial2022, principalmente em nome dos direitos humanos, elogiando antes os "avanços" alcançados pelo país nessa área nos últimos anos.
O Brasil procura o hexacampeonato no Qatar, iniciando a sua participação na quinta-feira frente à Sérvia, em jogo do Grupo G, que também inclui Suíça e Camarões.
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