A chanceler alemã, Angela Merkel, indicou neste domingo que poderia estar presente na Rússia para assistir ao Campeonato do Mundo de 2018, que começa na quinta-feira, apesar das diferenças que separam o seu bloco de aliados das autoridades russas.
"Não está descartado", afirmou Merkel em uma entrevista à televisão pública ARD.
"Se me está a perguntar pela questão de princípios, se uma pessoa deve ou não viajar para lá, a resposta é um claro sim", acrescentou.
A Rússia está sujeita a sanções por parte de países do ocidente, após ter anexado em 2014 a região da Crimeia, antigo território ucraniano, e apoiado rebeldes no leste dessa nação.
Neste ano muitos países retiraram os seus diplomatas de Moscovo, após o caso de envenenamento do ex-espião russo Sergei Skripal na Grã-Bretanha.
Londres apontou para Moscovo e acusou os russos de estarem por trás desse ataque. Como forma de protesto, o governo não vai enviar políticos nem membros da sua realeza à competição.
"Podemos diferenciar" entre futebol e outros temas que estão a dividir a Rússia e o Ocidente, insistiu Merkel.
"Se não falamos com o outro, dificilmente encontraremos alguma solução", explicou a chanceler alemã.
Merkel também saiu em defesa de dois jogadores da seleção alemã com raízes turcas: Ilkay Gundogan e Mesut Ozil.
Ambos foram fotografados no mês passado com o presidente turco Recep Tayyip Erdogan, a quem deram uma camisola assinada do Manchester City. Este gesto gerou o repúdio de muitos alemães.
"Não pensaram no que a foto poderia desencadear", comentou Merkel. "Tenho a certeza de que não queriam irritar os adeptos da Alemanha", acrescentou.
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