O presidente do Conselho de Investimento da Commonwealth, Jonathan Marland, disse hoje não acreditar que a FIFA, entidade que superintende o futebol mundial, defenda os interesses da modalidade de forma íntegra, e que espera mudanças nas próximas eleições.
“Hoje em dia os órgãos de comunicação social têm um poder muito grande sobre o que é investigado e na própria investigação. Noto que há uma tendência para se falar sobre a atribuição do Mundial de 2022 ao Qatar, mas não vejo ninguém a falar sobre o Brasil (2014) ou sobre a Rússia (2018), pois não acredito que o Qatar seja a única escolha polémica”, afirmou à margem da Cimeira de Política Desportiva Inter-Regional do ICSS (International Centre for Sport Security), que decorre em Lisboa.
A atribuição do Campeonato do Mundo de 2022 ao Qatar tem levantado uma onda de polémicas, sendo a mais recente relacionada com as altas temperaturas que se fazem sentir no país durante os meses de verão, motivo pelo qual a FIFA, numa decisão inédita, está a ponderar a realização do evento entre novembro e dezembro.
Ressalvando que “não existem provas que possam afirmar que foram favorecidas determinadas candidaturas em função de outras”, o inglês criticou a organização liderada por Joseph Blatter, afirmando que o organismo máximo do futebol não defende os interesses do futebol, pois “existem inúmeras decisões que não são transparentes” e que, como fã de desporto, e em particular de futebol, diz não entender.
Nesse sentido, Jonathan Marland disse ainda esperar que as eleições para a presidência da FIFA, a realizar no dia 29 de maio e às quais o português Luís Figo é candidato, possam trazer uma mudança positiva no seio da organização.
A Cimeira de Política Desportiva Inter-Regional (ICSS) decorre entre os dias 16 e 17 de março, em Lisboa, tendo como principal objetivo debater os principais problemas relacionados com a ética e integridade no desporto, englobando temas como a viciação de resultados, casos de doping e apostas ilegais.
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