O selecionador português de futebol, Paulo Bento, reconheceu hoje, em entrevista à TVI24, que nunca pensou colocar Cristiano Ronaldo como ponta de lança no jogo frente ao Gana, que ditou a eliminação do Mundial2014 de futebol.
“Ronaldo como ponta de lança nunca esteve nas minhas opções”, salientou, considerando que “não é a melhor maneira de rentabilizar as caraterísticas dele”.
O selecionador assegurou que o “capitão” da equipa das “quinas” estava “apto para competir e treinar”, apesar do “sacrifício que fez”, e que considerou “normal” a inclusão do fisioterapeuta do Real Madrid na equipa técnica do Mundial2014.
Paulo Bento assumiu que para prescindir de Ronaldo na competição tinha de ter tido outras opções que não teve.
Paulo Bento, que voltou a admitir que a participação da seleção portuguesa no Mundial2014 tem de ser vista como negativa, porque o apuramento para os oitavos de final não foi conseguido, disse que não conseguiu transmitir aos seus jogadores a confiança necessária para ultrapassarem a derrota com a Alemanha.
“Faltou-nos a todos, se calhar, uma melhor explicação para perceber o porquê dos 4-0 com a Alemanha e isso trouxe algumas consequências para o jogo com os Estados Unidos. Eu era aquele que tinha de tentar curar essa derrota e provavelmente não o fiz da melhor maneira. Posso não ter sido compreendido da melhor maneira até ao jogo com os Estados Unidos”, acrescentou, insistindo que Portugal não percebeu como perdeu.
O técnico nacional garantiu não se arrepender de nada na preparação de Portugal rumo ao Mundial do Brasil, fosse o estágio nos Estados Unidos ou a escolha de Campinas para quartel-general da seleção, e defendeu que é o único culpado pelo desaire português.
“Se tiver de deixar pessoas de fora, deixarei, mas não será pelo que aconteceu no Brasil”, realçou, recusando-se a procurar “bodes expiatórios” em jogadores que foram fundamentais para o sucesso da equipa e responsabilizando o coletivo pela equipa das “quinas” não ter estado ao seu nível.
Paulo Bento, que repetiu à exaustão que a culpa do insucesso é sua e que não quer apontar o dedo a qualquer futebolista, assumiu que vai alargar o leque de opções para a seleção para fazer uma renovação “de forma progressiva”.
“Eu não fecho a porta da seleção a ninguém. Posso tomar opções que façam jogadores a não ir”, disse, defendendo a não convocatória de Adrien e Ricardo Quaresma, pelas suas caraterísticas de jogo, e a opção por não colocar William Carvalho a titular até ao último encontro, frente ao Gana.
Para Paulo Bento, a opção por Raul Meireles, em detrimento do médio do Sporting, foi a melhor: “Não foi o Raúl [que não esteve brilhante], nós não estivemos brilhantes no Brasil”.
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