O treinador Paulo Fonseca disse hoje que, à partida, há equipas mais fortes e que, por isso, Portugal não deve ter a pressão de ser candidato ao título mundial de futebol, que vai disputar-se este ano na Rússia.
"Portugal tem uma excelente equipa, mas não se deve colocar essa pressão, pois há candidatos que considero que, à partida, são mais fortes. O que é facto é que Portugal tem estado a um nível elevadíssimo, temos uma excelente equipa e um excelente treinador. Como aconteceu anteriormente, é possível sonhar e acreditar, mas não é justo colocar essa pressão", frisou hoje, em Braga, à margem da sétima edição do Fórum do Treinador de futebol/futsal, organizado pela Associação Nacional de Treinadores de Futebol (ANTF).
Confrontado com o ambiente do futebol português, nomeadamente sobre as suspeitas sobre jogadores e equipas que jogam com os ‘grandes', Paulo Fonseca disse ser "profundamente triste o que se está a passar” em relação a essas suspeitas.
“Ou deixamos de acreditar completamente no futebol, ou valorizamos o futebol português. Essas suspeitas não trazem nada de positivo", disse.
Paulo Fonseca está em final de contrato com o Shakhtar Donetsk e o clube ucraniano pretende continuar com o técnico, mas este ainda não decidiu o seu futuro.
"O Shakhtar já me convidou para renovar, estamos em conversações, mas neste momento está tudo em aberto: poder ficar ou poder sair. Têm surgido convites, mas agora tenho de pensar o que é melhor para a minha carreira, o campeonato ainda está a decorrer e quero decidir friamente", disse.
O treinador revelou que os convites não são de Portugal, nem faz parte dos seus planos regressar nesta altura.
"Sinto-me muito mais valorizado lá fora, gosto dessa experiência. Um dia, obviamente, espero regressar", detalhou.
Sobre a sua participação no Fórum do Treinador, Paulo Fonseca considera importante a "partilha entre os treinadores".
"O futebol está sempre em evolução e é fundamental ouvirmos outras ideias, aprendermos com experiências dos colegas. Para mim, esta discussão leva-me a uma evolução que tem de estar presente. Venho aqui partilhar a minha experiência e vivências no estrangeiro, não venho ensinar nada", disse.
Já o presidente da ANTF, José Pereira, considerou que o papel do treinador português não é devidamente valorizado pelos dirigentes.
"Isso é inegável, nomeadamente em Portugal. Mas, por outro lado, temos a consciência que, em Portugal, só há treinadores portugueses nas divisões principais, e somos dos países que mais treinadores tem na Liga dos Campeões e na Liga Europa. E isso é a demonstração inequívoca da grande competência dos técnicos portugueses", afirmou o dirigente.
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