O secretário de Estado da Juventude e do Desporto, Laurentino Dias, disse hoje que Portugal só tem a ganhar com a candidatura ibérica à organização do Mundial de futebol de 2018 ou 2022.
"Nós estamos nesta candidatura sem qualquer investimento público, pois não teremos de fazer nenhuma obra, e beneficiaremos do retorno que significa fazer 19 ou 20 jogos deste Mundial em Portugal. É uma candidatura em que Portugal só tem a ganhar e, por isso, apostamos fortemente nela e acreditamos que pode ser vencedora em Dezembro", afirmou.
Em declarações à Agência Lusa, Laurentino Dias garante que a crise económica dos dois países não vai afectar negativamente a candidatura.
"Por um lado, estamos a falar de uma candidatura a um Mundial em 2018 ou em 2022. Por outro, não teremos nenhum investimento em infra-estruturas, pelo que só vamos ter proveito neste Mundial. A situação financeira actual não é impeditiva e até nos deve estimular a sermos muito fortes nesta candidatura para que Portugal possa tirar proveito dela", afirmou.
Após a entrega do dossier da candidatura na sede da FIFA, em Zurique, Suíça, o secretário de Estado do Desporto considerou que esta é "uma candidatura com fortes expectativas de vencer".
"Espanha e Portugal são respectivamente segundo e terceiro do 'ranking' mundial e são dois países já com provas evidentes de capacidade de organização de campeonatos europeus e mundiais. São, por isso, dois países cujos povos têm gosto pelo futebol e que garantem uma organização de sucesso para o Mundial de 2018 ou 2002", adiantou.
Já o presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), Gilberto Madaíl, salientou o facto de serem "dois países que estão unificados nesta candidatura" e que "têm experiências mais ou menos recentes de organização, que têm um futebol forte, quer ao nível dos clubes como das selecções".
"Temos que considerar também a nossa capacidade de organização e a nossa localização geográfica. É preciso lembrar que o campeonato do Mundo realiza-se numa altura tradicionalmente de férias e Espanha e Portugal são destinos muito importantes", afirmou.
O presidente da FIFA, Joseph Blatter, garantiu apoio "definitivo" às candidaturas conjuntas, contrariando anteriores declarações nas quais teceu críticas às co-organizações, algo que agradou a Madaíl.
"Ao princípio, havia algumas reticências em relação às candidaturas conjuntas. Nós sempre procurámos transformar esta candidatura numa única candidatura de dois povos que estão juntos, que têm laços culturais, laços económicos, laços históricos. O facto dele (Blatter) ter dito que iam olhar da mesma forma para estas candidaturas como para as outras é um sinal positivo", afirmou.
As candidaturas conjuntas de Espanha e Portugal e de Holanda e Bélgica, juntamente com a Austrália, Estados Unidos, Inglaterra e Rússia propõem-se à organização do Mundial de 2018 ou de 2022, enquanto o Qatar e a Coreia da Sul apenas se candidatam a 2022.
Em Dezembro, o Comité Executivo da FIFA vai anunciar quais as candidaturas vencedoras.
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