Carlos Queiroz respondeu hoje às críticas que lhe foram apontadas e respondeu a Cristiano Ronaldo, que no final do jogo com a Espanha remeteu as justificações da derrota para o seleccionador nacional. Para o técnico português, Cristiano Ronaldo estava frustrado com o resultado e não soube dirigir nem controlar a frustração da melhor maneira.

"É natural e compreensível que apareçam algumas frustrações, e às vezes estas não estão suficientemente educadas e bem dirigidas. Não lhe vamos dar a dimensão que vocês deram [dirigindo-se aos jornalistas],  mas não as vamos ignorar. Não estamos aqui para ser amigos dos jogadores. Se precisar de passar toda a minha vida a ensinar que as frustrações têm de ser contidas, bem dirigidas, vou fazê-lo", disse na conferência de imprensa.

Sobre a importância de Ronaldo na selecção nacional, e a recente polémica com o capitão, Carlos Queiroz assumiu que Ronaldo é importante para Portugal mas que “se o tamanho da camisola for pequeno de mais para algum corpo não precisa de estar aqui".

"Portugal precisa de Ronaldo e Ronaldo da Selecção. Não somos um país assim tão grande para que possamos desperdiçar os nossos melhores recursos.  Se o tamanho da camisola for pequeno demais para algum corpo não precisa de estar aqui".

Portugal foi afastado do Mundial 2010, nos oitavos de final, frente à Espanha e para o seleccionador nacional há que continuar a trabalhar de cabeça erguida. A participação portuguesa no Mundial ficou aquém das expectativas e Queiroz afirma que há uma estrutura consolidada para tranquilizar os adeptos.

"Vamos continuar de cabeça erguida, com a mesma integridade e ambição a servir a Selecção. Não estamos felizes, mas é um incentivo para voltarmos mais fortes já em Agosto e Setembro. Temos um grupo de jogadores com uma estrutura consolidada.Temos um futuro à nossa frente difícil, mas também aliciante. Os adeptos têm todas as razões para estar tranquilos" disse na conferência de imprensa em Magalieburgo.

Sobre as constantes críticas de que foi alvo, Carlos Queiroz lembrou que não hipotecou o seu futuro no Manchester United para andar a brincar e que a sua honra não deve ser colocado em causa.

"Não hipotequei o meu futuro no Manchester United para andar a brincar. Por isso, não ponham em causa a minha honra. Quando digo que um jogador está lesionado é porque está, assim como quando digo que um jogador está cansado é porque está".

Sobre o balanço final da presença portuguesa no Mundial 2010, o técnico português assume que o sentimento é de dever cumprido.

"A missão não foi cumprida, mas temos o sentimento de que o dever foi cumprido. Como tal, estamos de cabeça erguida e com total tranquilidade sobre aquilo que fizemos".

No final, Carlos Queiroz aproveitou para agradecer a todos aqueles que apoiaram incondicionalmente a selecção nacional ao longo da competição.

"Agradeço a todos aqueles que apoiaram e contribuíram para a campanha prestigiante e honrosa da Selecção".