Hakan Sukur foi um dos maiores goleadores do futebol europeu nos últimos 20 anos. Na Turquia não houve mesmo nenhum melhor do que ele e poucos jogadores alcançaram a sua popularidade, graças aos 383 golos apontados ao longo da carreira. Porém, desses 383 festejos apenas um teve lugar num Mundial… e foi tão rápido que entrou para a história.

Em 2002, o ‘Touro do Bósforo’, como era conhecido o célebre avançado turco, arrastava-se sem glória no futebol italiano, onde nunca conseguiu brilhar como o fez nas suas três passagens pelo Galatasaray.

Depois de uma primeira experiência mal sucedida no Torino, em 1995-96, Sukur passara agora pelo Inter (2000-01) até chegar - sem grande sucesso, diga-se - ao Parma (2001-02). Era chegada a hora de disputar o primeiro Mundial da sua carreira, capitaneando uma nação na qual se estreara dez anos antes e que estava agora em ascensão no panorama do futebol europeu.

Na prova realizada conjuntamente por Japão e Coreia do Sul, Sukur não conseguia traduzir em golos a sua elevada reputação. A seleção turca ia ganhando jogos e ultrapassando adversários atrás de adversários, mas o seu goleador continuava “em jejum”. A Turquia esteve mesmo na luta por uma vaga na final, mas a derrota com o futuro campeão Brasil deixou o país entregue à consolação do jogo de terceiro e quarto lugares.

E seria somente no derradeiro jogo dos turcos no Mundial asiático que o ‘Touro do Bósforo’ deixaria a sua marca. Uma marca que perdura até aos nossos dias pela rapidez com que o avançado a executou. Há cerca de 11 anos, Sukur necessitou de apenas 11 segundos para inaugurar o marcador. Um feito conseguido perante a anfitriã Coreia do Sul, a 29 de junho de 2002, em Daegu, num jogo em que os coreanos até tiveram a posse de bola inicial.

Numa troca de passes absolutamente normal, a bola chega até ao defesa Hong Myung Bo. O central coreano intimidou-se com a pressão turca lançada com o apito inicial e Sukur recuperou a bola, disparando logo de seguida de pé esquerdo, sem hipóteses para o guardião Lee Woon Jae. Estavam decorridos 11 segundos de jogo e já caíra um recorde com mais de 40 anos (da autoria do checo Vaclav Masek, em 15 segundos, contra o México, em 1962). A Turquia viria mesmo a triunfar na luta pelo bronze, ao bater os sul-coreanos por 3-2.

A proeza de Sukur resiste agora ao teste do tempo, tal como a sua importância no futebol do seu país. O ídolo turco que chegou a ter o seu casamento transmitido na televisão retirou-se em 2008, projetando agora um jovem político para o futuro. Porém, os históricos 11 segundos de Sukur serão escassos para este deixar a sua marca no campo… da política.