O proprietário do Chelsea, o milionário russo Roman Abramovich, anunciou hoje que confiou a liderança do clube campeão da Europa e do Mundo de futebol aos administradores da sua fundação de caridade.

“Sempre tomei decisões tendo em mente os melhores interessesdo clube. Continuo comprometido com esses valores. É por isso que agora confio aos curadores da Fundação de caridade do Chelsea a administração e os cuidados do Chelsea FC”, explicou Abramovich.

Num curto comunicado publicado no site dos londrinos, Abramovic diz entender que “atualmente eles estão na melhor posição para cuidar dos interesses do clube, jogadores, funcionários e adeptos”.

“Durante os meus quase 20 anos de propriedade do Chelsea, sempre considerei o meu papel como responsável do clube, cujo trabalho é garantir que sejamos tão bem-sucedidos quanto podemos ser hoje, bem como construir o futuro enquanto desempenhamos um papel positivo nas nossas comunidades”, completou.

A decisão de Abramovic, que desde abril também tem a nacionalidade portuguesa, deverá ter a ver com o facto de ser próximo do presidente russo, Vladimir Putin, que tem sido alvo das críticas generalizadas em todo o mundo pela invasão da Ucrânia, particularmente pelas autoridades inglesas, que já anunciaram um conjunto de sanções.

A Rússia lançou na quinta-feira de madrugada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já provocaram pelo menos 198 mortos, incluindo civis, e mais de 1.100 feridos, em território ucraniano, segundo Kiev. A ONU deu conta de 150.000 deslocados para a Polónia, Hungria, Moldávia e Roménia.

O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que a "operação militar especial" na Ucrânia visa desmilitarizar o país vizinho e que era a única maneira de a Rússia se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário.

O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e motivou reuniões de emergência de vários governos, incluindo o português, e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), UE e Conselho de Segurança da ONU, tendo sido aprovadas sanções em massa contra a Rússia.