A adaptabilidade tática marcou o primeiro contacto do recém-chegado selecionador nacional de futebol, o espanhol Roberto Martínez, com os jogadores, observou hoje o defesa Diogo Dalot, que representa os ingleses do Manchester United.

“O feedback que temos tido de toda a gente tem sido extremamente positivo. Há novas dinâmicas e ideias e um sistema diferente [com três defesas centrais]. Provavelmente, muitos jogadores não atuam naquele sistema, mas têm de se adaptar quando chegam à seleção. Um futebolista tem de estar em constante adaptação. Creio que, tal como nós, todos os portugueses têm bons feelings acerca daquilo que pode ser o futuro”, apontou.

O defesa direito, de 24 anos, falava à comunicação social à margem da inauguração do Padel Athletic Club, no Porto, espaço que lançou em parceria com o jogador espanhol Francisco ‘Paquito’ Navarro, nono classificado do ranking mundial daquela modalidade.

Suplente não utilizado na vitória caseira de Portugal sobre o Liechtenstein (4-0), em 23 de março, que marcou o início do Grupo J de qualificação para o Euro2024 e a estreia de Roberto Martínez, Diogo Dalot foi titular três dias depois na visita ao Luxemburgo (6-0).

“O meu objetivo é estar sempre presente em todas as convocatórias. Já demonstrámos [qualidade] no passado e temos de olhar para a frente. Vêm aí dois jogos de qualificação e, depois, uma nova época. Vamos tentar preparar o Europeu da melhor forma e, acima de tudo, competir nessas grandes provas. É isso que cada jogador quer e os portugueses ambicionam”, direcionou o lateral, que contabiliza 11 internacionalizações e dois golos.

A primeira convocatória do sucessor de Fernando Santos contou com o capitão Cristiano Ronaldo, que foi titular nos dois encontros e ‘bisou’ frente a Liechtenstein e Luxemburgo, apesar de estar a atuar nos sauditas do Al Nassr, após ter rescindido com o Manchester United.

“Criámos uma boa relação desde que ele chegou ao Manchester United. Ele está feliz e acredito que tem os seus sonhos e objetivos. Deu um passo importante na carreira, que era jogar num outro país e mostrar mais uma vez essa enorme capacidade de adaptação e superação. Só a ele cabe dizer o seu futuro. Saberá melhor do que ninguém”, indicou.

Diogo Dalot pretende “desfrutar o máximo de tempo possível” do futebol apresentado por Cristiano Ronaldo, com quem foi partilhando balneário nos ‘red devils’ entre setembro de 2021 e novembro de 2022, julgando que o avançado “ainda é capaz de dar espetáculo”.

“Acredito que se tenha falado muito [aquando da rescisão]. A questão é que não dá para viver dos ‘ses’ no futebol. É certo e sabido a qualidade que traz, mas houve uma decisão mútua de ele e o Manchester United tomarem caminhos diferentes e só temos de aceitar. Enquanto colegas de equipa, queríamos que o Cristiano Ronaldo estivesse connosco e aproveitámos ao máximo aquilo que nos podia ter dado, que ainda foi bastante, durante esse tempo em que lá esteve. A partir do momento em que tomou outra decisão, há que viver com isso, olhar para a frente e continuar a lutar com as armas que temos”, avaliou.

O defesa salientou que o atual quarto classificado da Liga inglesa “tem provado este ano ser mais do que 11 jogadores e consegue ter versatilidade”, numa fase em que a equipa orientada pelo neerlandês Erik ten Hag já conquistou a Taça da Liga inglesa, ao bater o Newcastle na final (2-0), e ainda vai discutir a Taça de Inglaterra com o Manchester City.

Os dois internacionais portugueses fizeram parte do percurso da equipa das ‘quinas’ até aos quartos de final do Mundial2022, no Qatar, com Diogo Dalot a vislumbrar benefícios dessa inédita realização do maior torneio de seleções a meio da temporada dos clubes.

“Acredito que tenha sido positivo para algumas equipas e mais negativo para outras. Em termos coletivos, o Manchester United teve uma boa reação a partir do Mundial e eu fico contente por ter sido assim, mas acredito que uma competição em plena época possa ter tido interferências, sobretudo físicas, que normalmente não existem. Houve impacto nas lesões, mas defendo que o esforço físico deve ser bem agendado e trabalhado. Agora, o Mundial é sempre uma competição exigente, seja a meio ou no final da época”, concluiu.