Michael Keane, defesa do Everton, falou à BBC sobre a depressão por que passou após a lesão que teve pouco depois de chegar ao clube. O jogador admitiu que tinha vergonha dos seus desempenhos no campo.

"Não queria sair, não queria ver ninguém. Tinha vergonha da forma como as coisas corriam em campo, não queria ir a lado nenhum nem fazer nada", contou Michael Keane.

"Não dizia a ninguém, treinava duramente, mas no final parecia que tudo me caía em cima. Acabei por quebrar e foi a chorar que contei à minha família como me sentia", admitiu o defesa, reconhecendo que esse momento foi importante para conseguir melhorar.

"Foi quando cheguei ao fundo. A partir daí tenho vindo a melhorar; com a ajuda da minha família e dos meus amigos comecei a trabalhar com um psicólogo de desporto, que ainda consulto", sublinhou.

Os primeiros problemas de Keane surgiram pouco depois de assinar pelo Everton, em julho de 2017, na altura uma das transferências mais caras da história do clube. Uma lesão sofrida pouco depois, num jogo da Taça de Inglaterra, contra o Sunderland, obrigou a que o jogador fosse suturado com oito pontos.

Keane continuou a jogar, mas nas semanas que se seguiram foram necessárias injeções de analgésicos para ajudar a aliviar as dores de uma infeção que acabou por conduzi-lo ao hospital.

"Nessa altura só queria estar com os meus companheiros de equipa, estávamos a passar por um mau momento. Não queria atirar a toalha, mesmo tendo uma lesão grave, só queria estar lá, dar o meu melhor e ajudar. Mas pensando melhor, não foi a melhor decisão...", conta.

O futebolista do Everton trabalha agora com a Calm (Campaign Against Living Miserably), uma organização dedicada à saúde mental: "Há muita gente que guarda para si. Encorajo-os a, se precisarem, falarem com alguém. Agora sei como isso me ajudou."