André Villas-Boas trocou a sua «cadeira de sonho» no FC Porto pela aventura no Chelsea em junho de 2011, numa transferência que apanhou então os adeptos portistas de surpresa. A saída do técnico rendeu aos cofres azuis e brancos 15 milhões de euros.

Aos 33 anos, seguia as pisadas de José Mourinho, num percurso em tudo similar ao efetuado pelo 'Special One', mas era já o técnico mais jovem de sempre a conquistar uma prova europeia. A Liga Europa em maio de 2011 foi a cereja em cima do bolo de uma temporada memorável para o FC Porto, que terminou com a conquista invicta do campeonato e os êxitos na Supertaça e na Taça de Portugal.

O sucesso, a ligação aos adeptos e as "juras de fidelidade" aos dragões em nada faziam prever a sua saída. Porém, a «sede de sucesso» foi mesmo o argumento usado por Villas-Boas à chegada ao Chelsea.

«O meu desafio é continuar a ganhar e assim espero consegui-lo. Sou um indivíduo sedento de sucesso», afirmou o treinador luso em junho, na apresentação no clube londrino. 

Nas mãos tinha o desafio de rejuvenescer uma equipa envelhecida e simultaneamente recuperar o título perdido para o Manchester United. Chegaram Mata e Raul Meireles, entre outros, mas a base da equipa continua a apresentar muitos rostos que remontam ainda à passagem de Mourinho pelo clube, já entre 2004 e 2007.

Por outro lado, falhou na capacidade de lutar contra os red devils, mas também contra o Manchester City, Tottenham ou Arsenal, todos à frente dos 'blues' nesta fase da época. A equipa está apenas no quinto lugar da Premier League, com mais derrotas e empates (total de 14) do que vitórias. 

A saída de Villas-Boas desenhava-se já há cerca de um mês, quando os resultados começaram a entrar numa espiral negativa. O "pesadelo" chegou este domingo ao fim.