Dwight Yorke formou com Andy Cole uma das duplas ofensivas mais memoráveis da história recente do Manchester United, determinante na conquista da tripla em 1998/1999. O avançado tobaguenho confessou na sua auto-biografia, que embora tenha conquistado títulos importantes ao serviço dos Red Devils viveu os "piores momentos da sua carreira" depois de desentendimentos com o técnico Alex Ferguson.

"Nos últimos dois ou três meses da minha carreira no United, via os jogos dos meus colegas em directo pela televisão e embriagava-me. Entrei em depressão. Não havia nada que me confortasse, só tinha uma grande casa vazia e bens materiais, por isso comecei a beber. Eu não sou um alcoólico, mas isso ajudava-me a ultrapassar a solidão".

O avançado revelou que os problemas com o treinador escocês começaram por causa de um atraso que irritou Sir Alex Ferguson. Yorke chegou a Manchester com um dia de atraso depois de ter representado a selecção de Trindade e Tobago num jogo de qualificação para o Mundial'2002.

"Eu falhei o voo porque tinha estado numa festa. Quando cheguei o Ferguson perdeu a calma. Ele estava zangado e frustrado, e afastou-me do jogo seguinte alegando que nenhum jogador era maior do que a equipa" confessa o antigo jogador na sua auto-biografia. Pouco tempo depois deste incidente, Yorke foi relegado para a equipa de reservas do United.

Com 66 golos marcados, em três épocas ao serviço do United, o antigo internacional tobaguenho retirou-se do futebol na época passada com 37 anos. Yorke reconhece, na sua auto-biografia, que cometeu erros ao longo da sua carreira e deixou rasgados elogios ao técnico do Manchester United, Alex Ferguson, o qual considera ser um "génio", "Ferguson é um génio e o meu respeito por ele será sempre enorme. Apesar dos problemas que surgiram, devo-lhe muito e continua, aos meus olhos, a ser o maior treinador de sempre".