A comissão independente da Federação Inglesa de Futebol (FA) considerou hoje que o francês Nicolas Anelka não pode ser acusado de incentivar o antissemitismo por ter feito uma “quenelle”, um gesto que contém uma referência antissemita.
O avançado do West Bromwich, que em dezembro celebrou um golo contra o West Ham realizando uma “quenelle” – um gesto criado pelo humorista Dieudonné e considerado por alguns como antissemita -, foi condenado na quinta-feira a cinco jogos de suspensão e a uma multa de 97.000 euros.
No relatório de 35 páginas tornado hoje público, a comissão independente reconheceu que Dieudonné está “fortemente associado ao antissemitismo” e que, consequentemente, “a ‘quenelle’ está fortemente associada ao antissemitismo”.
No entanto, os três juízes fizeram a distinção entre o gesto na origem da polémica e a intenção que, nas suas opiniões, não é forçosamente antissemita.
De acordo com a comissão, embora a “quenelle” contenha “objetivamente” uma “conotação antissemita”, é impossível concluir que ao fazê-la Anelka seja ou tenha sido antissemita ou que tivesse a intenção de exprimir ou defender o antissemitismo.
Quando inquirido pelos juízes independentes da FA, o futebolista francês, de 34 anos, declarou-se inocente, justificando o gesto como uma dedicatória ao seu amigo Dieudonné, no centro de uma polémica política em França.