A antiga estrela do futebol inglês Ian Wright aconselha a André Villas-Boas uma limpeza de balneário no Chelsea e sugere aos espanhóis que deixem Mourinho trabalhar em paz no Real Madrid, pois ele é o “Special One”.

Ian Wright é a face mais visível da Academia inglesa Visionpro para jovens talentos do futebol, instalada no Complexo Desportivo de Rio Maior, e hoje, no lançamento oficial do projeto, fez uma série de comentários e deixou uma confissão: ter estado a um passo de ingressar no Benfica.

«Quando o Graeme Sounesse me convidou eu disse imediatamente que sim, porque conhecia o Benfica dos tempos do Eusébio», explicou Wright, sublinhando que apenas a mudança do treinador do Arsenal, com a entrada de Arséne Wenger, inviabilizou a possibilidade de jogar no clube de Eusébio e ao lado de Rui Costa.

Numa altura em que José Mourinho é alvo de forte contestação em Espanha, Wright saiu em defesa do treinador português, lembrando a alcunha muito especial do atual técnico dos “merengues”.

«Mourinho é Mourinho. Ele é o maior em qualquer lugar. Penso que se os espanhóis o deixarem trabalhar em vez de criticarem todas as suas decisões, fariam melhor. Ele é especial e eu teria adorado ser treinado por ele porque teria feito de mim um jogador ainda melhor», sublinhou.

Sobre Villas-Boas, o também comentador desportivo de um canal inglês foi ainda mais incisivo, aconselhando o português a realizar uma autêntica «limpeza de balneário» e a livrar-se de alguns «poderosos» do plantel dos “blues”.

«Villas-Boas tem de se livrar de alguns jogadores e trazer os seus próprios jogadores. Ele quer pôr a equipa a jogar com a sua personalidade, mas isso é muito difícil para ele porque o Chelsea tem alguns jogadores com muita experiência e muito poder. Até isso acontecer, vai ser muito difícil para ele», disse.

Apesar de estar em Rio Maior a apresentar a sua escola de futebol, Ian Wright não embalou no discurso «politicamente correto» ao ser interrogado sobre a célebre discussão sobre quem é o melhor do mundo: Cristiano Ronaldo ou Messi.

«É ótimo termos dois jogadores como o Ronaldo e o Messi. Nunca diria qual dos dois é melhor, acho que seria injusto e além disso estou em Portugal. Devia dizer Ronaldo, mas eu não sou assim», garantiu.

Ainda assim, Wright considere que são «dois grandes jogadores» e mostra-se satisfeito por ter tido a possibilidade de ver Ronaldo crescer no Manchester United, para depois se transferir para o Real Madrid e «quebrar imensos recordes».

Em relação à eliminatória dos 16 avos de final da Liga Europa entre o Manchester City e o FC Porto, apesar de reconhecer o favoritismo dos “citizens”, diz que ele precisa de ser confirmado em campo.

«As equipas da primeira divisão portuguesa não têm os recursos das equipas da Premiership inglesa e essas não têm hipóteses contra o poder do Manchester City. O FC Porto tem de fazer o seu jogo e obrigar o Manchester City a ter de justificar que, com os seus grandes nomes, com salários milionários, é mesmo a melhor equipa», frisou.

Mais comedidos foram os seus comentários sobre um eventual embate entre Portugal e a Inglaterra no Euro2012, mas à memória do antigo internacional inglês «saltou» a inesperada vitória da Grécia sobre a «equipa das quinas» no Euro2004.

«Nunca diria que a Grécia seria capaz de ganhar a Portugal em Portugal. Portugal tem grandes jogadores e se a Inglaterra jogar com Portugal espero que consiga ganhar», rematou.