O Manchester City manifestou-se hoje “surpreendido” com a informação de que terá infringido o regulamento financeiro da Liga inglesa de futebol e expressou satisfação por poder fazer “valer a sua posição” perante uma comissão independente do organismo.

“O Manchester City está surpreendido com a divulgação dessas alegadas infrações das regras da Premier League, tendo em consideração o firme empenhamento [do clube no processo] e a vasta e detalhada informação que forneceu”, indicou o bicampeão inglês, em comunicado publicado no sítio oficial na Internet.

A Liga inglesa tinha anunciado poucas horas antes que o Manchester City iria responder perante uma comissão independente por numerosas violações do regulamento financeiro durante o período compreendido entre 2009 e 2018.

Entre as alegadas infrações estão falhas no fornecimento detalhado informação financeira obrigatória, como remunerações de jogadores e elementos da equipa técnica, liderada pelo espanhol Pep Guardiola, além de outras relacionadas com o cumprimento das regras de ‘fair-play’ financeiro.

O bicampeão inglês espera que a comissão “possa considerar, de forma imparcial, as extensas e irrefutáveis evidências que fazem valer a sua posição”, manifestando-se confiante que a inocência do clube será provada e que “este assunto será arrumado de forma definitiva”.

Este tipo de comissões funciona de forma independente da Liga inglesa e dos clubes que a integram. Os seus membros vão ser designados pelo presidente independente do Painel Judicial da Premier League e todos os procedimentos serão privados e confidenciais.

O período investigado abrange das épocas 2009/10 a 2017/18, as primeiras nove temporadas que o Manchester City passou sob propriedade do fundo soberano de Abu Dhabi, durante as quais os ‘citizens’ conquistaram três títulos de campeão inglês, em 2012, 2014 e 2018.

O Manchester City, segundo classificado do campeonato inglês da época 2022/23, atrás do Arsenal, detém um dos plantéis mais valiosos do futebol mundial, mantendo sob contrato três futebolistas internacionais portugueses: João Cancelo, emprestado em janeiro ao Bayern Munique, Rúben Dias e Bernardo Silva.

Em fevereiro de 2020, o clube foi suspenso provisoriamente pela UEFA de participar nas competições europeias por um período de dois anos, por infrações das regras de ‘fair-play’ financeiro, mas a sanção foi anulada após recurso para o Tribunal Arbitral do Desporto, em julho daquele ano.