José Mourinho foi alvo de muitas críticas durante a semana devido à eliminação na Liga dos Campeões às mãos do Sevilha. O português garante que não baixa os braços e que vai assumir sempre as suas responsabilidades.

“Não vou fugir, desaparecer ou chorar porque ouvi alguns apupos. Não vou desaparecer no túnel, fugir. No próximo jogo serei o primeiro a aparecer. Não tenho medo das minhas responsabilidades”, afirmou o técnico na antevisão ao jogo da Taça de Inglaterra contra o Brighton.

Referindo que “os adeptos têm o direito de dar as suas opiniões”, Mourinho ressalvou que é preciso tempo para que o Manchester United volte ao topo do futebol em Inglaterra e na Europa.

“Em sete anos, com quatro treinadores diferentes, não se qualificaram uma vez para a Europa, foram eliminados duas vezes na fase de grupos e o melhor que conseguiram foi os quartos-de-final. Isto é legado futebolístico, e, se quiserem falar da Premier League, a última vitória foi em 2012/13. Nas quatro temporadas seguintes, o United acabou em quarto, quinto, sexto e sétimo”, afirmou José Mourinho.

“Quando cheguei ao Real Madrid, sabem quantos jogadores tinham disputado os quartos de final da Liga dos Campeões? Xabi Alonso com o Liverpool, Casillas com o Real Madrid e Ronaldo com o Manchester United. Isso é a herança do futebol. Vou dar-vos mais alguns exemplos. Nos últimos sete anos, o quarto lugar foi o pior registo do Manchester City na Premier League. Nos últimos sete anos foram campeões duas vezes, se quiserem podem dizer três, e terminaram no segundo lugar em duas ocasiões. Isso é herança”, salientou o português acrescentando:

“Sabem o que mais é herança? Otamendi, De Bruyne, Fernandinho, David Silva, Sterling, Aguero, todos são investimentos feitos no passado, não nos últimos dois anos. Sabem quantos jogadores do United deixaram o clube na última época? Vejam onde eles jogam, como jogam e se jogam. Isso é legado futebolístico, e, um dia, quando sair, o próximo treinador do Manchester United encontrará aqui Lukaku, Matic e De Gea. Vai encontrar jogadores com uma mentalidade e uma qualidade diferentes.”

Mourinho terminou a conferência de imprensa com um recado para os críticos: “Quanto tinha 20 anos, não era ninguém no futebol, era o filho de alguém, com muito orgulho. Agora, com 55 anos, estou onde estou graças ao trabalho, ao talento e à minha mentalidade. Compreendo que por muitos, muitos anos tenha sido realmente difícil para as pessoas que não gostam de mim: `Lá está ele outra vez, lá está ele a ganhar outra vez´. Nos últimos dez meses nada ganhei, o meu último título foi conquistado há dez meses. Derrotei Liverpool e Chelsea e perdi contra o Sevilha. É o momento de eles serem felizes.”